Última
semana por aqui,
estou
me despedindo das coisas.
Olho
pra geladeira e lembro dos latões de cerveja
que
"explodiram" no seu congelador, nas madrugadas,
deixando
um rastro de manchas nas partes internas
de
suas portas.
São
várias as tatuagens do fogão,
manchas
de gordura, panelas quase queimando,
enquanto
o ridículo cochilava embriagado no sofá.
Há
centenas de marcas também na mesa de madeira,
afinal
ela está comigo faz umas 3 décadas.
Nela
eu estudo, eu como e bebo.
A
cama, idem. É incrível como ela sobrevive,
basta
bater uns pregos e apertar os parafusos
da
cabeceira.
O
guarda-roupa é o soberano do quarto,
tem
uma parede só para si,
e
reclama que foi pouco lustrado, teve pouco brilho,
embora
nunca tenha sido atacado pelos cupins.
A lareira me acompanha há umas 2 décadas e meia.
Sem
ela, as noites de inverno seriam terríveis
para
o poeta.
4
estantes guardaram os livros, uns bons,
outros
ruins e outros mais ou menos.
Fiz
questão de colocar os meus, "publicados",
junto
aos livros do Dostoievski, do Hemingway
e
do Bukowski.
O
maluco que agora se despede
nunca
foi internado em clínicas psiquiátricas,
não
lembra se um dia usou drogas,
tem
visão e audição em razoável estado de conservação,
tamanha a sua idade.
Acelera, Cadelão!
(B.
B. Palermo)
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