A
fumaça subiu na Vila Pedreira,
e
com ela Deus, o diabo, céu e inferno
ficaram
impregnados de simpáticas criaturas.
Eram
cavalos alados, monstros da Odisseia do Homero,
um
verdadeiro Apocalipse,
e
não era nem 8 e meia da noite.
O
rádio do bar do Manetta
transmitia
a Voz do Brasil.
A
bebida descia rebolando como leoas no cio
e
minha cabeça sonhava libertação
de
antigos demônios,
como
se tivesse bebido um Santo Daime porreta.
Não
vomitei nem rezei,
apenas
me vi em tristes recordações.
Sexo
era esporádico
e
as masturbações, muitas,
diretas
no piloto automático.
Tudo
tranquilo.
Me
sinto pior quando vejo mortos-vivos
destilando
suas verdades absurdas
nas
redes sociais.
Cada
vez mais eles se superam:
colocam
escapamentos superbarulhentos
nas
suas motocicletas,
ou
desfilam num carro rebaixado
com
o som explodindo.
Hora
de lembrar o que disse o velho Schopenhauer:
"A
soma do barulho que uma pessoa pode suportar
está
na razão inversa de sua capacidade mental".
(B.
B. Palermo)
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