As meninas apresentam suas armas:
o bumbum arrebitado
as cores transparentes
os cabelos avoados.
Os meninos apresentam suas armas:
o carro rebaixado
o som atordoado
o álcool pra soltar.
As meninas e suas credenciais:
grita o corpo seminu
e a boca silencia
nas altas doses de batom.
Os meninos e suas credenciais:
o corpo acadêmico
é a potência do seu som
e a palavra se esvazia
com o ronco do motor.
Daqui desta sacada, cansei de armar minha palavra, como
o bote da serpente e o olhar do boxeador. Cansado de ter a língua afinada, a palavra
vomitada antes de sentir amor. Aqui nesta sacada, saquei a emoção fingida, a
razão idolatrada, não mais quero disparar e causar tamanha dor. É hora de
baixar as armas e recuar...
E voltar a sonhar...
Que as gurias querem flores e poesia, palavras
sussurradas com sentido, transar a vida com perfume e conteúdo, tudo, tudo, sem
buscar a mera utilidade ou qualquer outro reflexo... Tudo, tudo, antes da
produção em série, bombada, idolatrada, do sexo.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
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