quinta-feira, 17 de julho de 2025
Oficina literária I. Profe: pai do Cadelão. Aluno: Eliézer Milani
sábado, 12 de julho de 2025
EtBeto e a poesia
quarta-feira, 9 de julho de 2025
Obra de Arte
terça-feira, 8 de julho de 2025
Meu pobre bisavô
domingo, 6 de julho de 2025
Deus é mulher
Ele andava pela vida com um mantra desajeitado:
- Quem eu quero não me quer. Quem me quer mandei embora.
E as colegas, todas muito boazinhas, queriam “salvar” seu coração de mofo.
Diziam:
- Tu precisa de uma namorada! Já pensou nos aplicativos? Dá pra filtrar por
signo, tipo sanguíneo e tolerância à lactose!
Ele ria, agradecia e fugia pela tangente.
Não queria amor sob encomenda, com prazo de entrega e embalagem de papel craft.
Desconfiava do bom gosto das amigas-cupido.
Preferia um amor com cheiro de feira de domingo, olhos de tempestade e alma de
segunda edição esgotada.
Algo entre Madame Bovary e novela das seis - com menos tragédia e mais
beijo molhado na chuva.
A pressão aumentava.
Uma colega beirando os sessenta lançou um míssil emocional:
- Ei! Tu não é mais guri! Vai acabar sozinho, mijando num pinico de asilo e
comendo bolacha água e sal!
Outra veio com uma solução “biológica”:
- Conheço uma prima do genro da minha vizinha. Ela planta morangos orgânicos!
Imagina as geleias!
Com esses conselhos zum-bi-zan-do na cabeça, foi parar no sebo da feira do
livro.
Tava louco por algo raro, uma frase que o abduzisse.
Mas não.
Era só autoajuda e religião. Um apocalipse de clichês encadernados.
Leu umas contracapas:
- Como ser irresistível sem sair do sofá.
- Emagreça com Buda em 12 passos e uma esteira ergométrica.
- O Segredo do Sucesso: sorria para o universo (mas pague os boletos).
Quase teve um derrame emocional.
Sentiu-se em-pa-ra-fu-sa-do.
Como confiar nos conselhos das amigas, se até os livros pareciam vendidos em
lotes com garantia de decepção?
Clichês o deixavam com urticária.
- Tenha uma vida em grande estilo!
- Fuja da raia!
- Seja um divisor de águas!
Ele queria ser um multiplicador de suspiros! Um provador de silêncios
cúmplices!
Chegou a uma conclusão heroica:
pra amar de verdade, é preciso teimosia.
É preciso acreditar no “lugar nenhum”, com potencial de virar “lugar
inesquecível”.
Enquanto não encontra o amor que ninguém lhe ofereceu, trata todas as gurias como se fossem a princesa que fugiu do castelo só pra rir com ele.
É gentil, cavalheiro e meio desajeitado com os próprios sentimentos.
Mas uma coisa ele sabe:
Deus é mulher.
E tem cheiro de café passado, gargalhada à toa e abraço que nem Wi-Fi pega.
(B. B. Palermo)
quarta-feira, 2 de julho de 2025
O buraco é mais embaixo
Recebi umas visitas e a tarde ia pelo meio.
Vocês sabem, descendente de italianos gosta de agradar,
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Tomei um porre ouvindo Pink Floyd (Ou: Tenho uma coisinha pra dizer)
sábado, 28 de junho de 2025
Lau ao Palermo (ou algo que ele acha que ela diria)
quinta-feira, 26 de junho de 2025
O amor não precisa ser um cão dos diabos
Ele tava
lá, de novo,
com cara de fim de feira e alma de segunda-feira chuvosa.
Sentado num restaurante de beira de estrada,
encostado no balcão como quem espera um milagre
num pão de queijo murcho.
Pediu uma
cerveja - cansado do café com leite.
Bravo! Evoluiu, pensei.
A TV vomitava aqueles clipes de amor-fitness:
bundas saradas em câmera lenta,
gritos de amor eterno embalados por batidas ensurdecedoras.
Ele
pirando.
Pensamento aos pulos,
feito palhaço bêbado dentro da própria cabeça.
Olhou pro lado e resmungou:
- Se isso é amor, o resto deve ser o apocalipse com glitter.
Achei
bonito. Trágico.
Mas bonito.
No
balcão, um jornal.
Guerra daqui, ameaça dali,
líderes brincando de roleta-russa com o planeta.
Ele ficou puto.
Queria explodir tudo com palavras,
mas só conseguiu amaldiçoar o mundo em voz baixa:
- Que cloaca é esse lugar ao qual pertenço!
Foi aí
que entrei.
Sim, eu. Lau.
A deusa. A musa. A miragem com GPS embriagado.
Apareci
no meio do surto,
acionei o pisca-alerta da alma dele.
Mas rapidinho tudo apagou.
Ficou só uma tela branca,
o vazio depois da última notícia,
o silêncio entre um gole e outro.
Então,
soprei cor no vazio.
Pintei um portal com batom e coragem.
Agarrei a mão dele.
- Vem, Cadelão. Vamos fugir dessas guerras ridículas.
Ele veio.
Meio bambo, meio cético.
Mas veio.
E foi ali, enquanto o mundo ruía atrás de nós,
que ele sorriu e entendeu:
o amor
não precisa ser um cão dos diabos,
como
disse Bukowski!
(B. B. Palermo)
terça-feira, 24 de junho de 2025
Um tubarão no cinema
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Cuide do teu jardim
Estava deitado no banco da praça,
meio down, sem propósito.
Um pombo ciscava ao lado.
Um casal discutia a relação ali, a poucos metros.
Uma criança gritava "olhem!" no escorregador.
E eu? Seguia firme, encarando o céu
como quem busca um sentido pra vida.
Um senhor importante do Texas passou, de terno e suor
e ansioso pra chegar no clube e jogar sua bocha.
- E aí, Palermo, outra vez sem fazer nada?
- Não... Estou tri-ocupado, olhando as nuvens.
- Isso não serve pra nada!
- Nem eu. Por isso nos damos tão bem.
O desalmado resmungou e foi embora, carregando nenhuma culpa
por sempre ter razão.
Olhei para o céu e vi umas nuvens de algodão
cochichando-me, com suas cândidas imagens:
- Vai, Palermo, chegou a hora de cuidar do teu jardim!
Esfreguei os olhos, espantado.
- Vamos, levanta-te! A velhice bate à tua porta
e, mesmo assim, nada tens feito para ser
alcançado pelo amor!
(B. B. Palermo)
Toda Lorena
Olhava pro fogo mágico do entardecer, que mais parecia uma lareira mandando bem em viagens noutras esferas. Me encanto ao ver minha musa p...

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Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...
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O rato Roque roque, roque Rói o queijo roque, roque Rói a cama roque, roque O pé da mesa roque, roque Rói o pão roque, roque O c...