Encontrei-a na praça.
Seu filho tomava sorvete
e escalava os brinquedos
e fez uma cara de surpresa
quando sua mãe me abraçou.
Todo encontro é um nascer ou pôr do
sol...
ou deveria ser.
Não a via há 3 meses.
Foi o suficiente para noivar,
conhecer outro sujeito
e rever o que sentia pelo noivo
e romper com ele e engatar nova
história...
até que o cara meteu-lhe o pé
no traseiro.
Ela ri de suas loucuras,
e saquei que isso é fundamental
para suportar a rotina insensível.
Vejo sua alma
anos-luz à minha frente.
Quis saber como anda minha vida.
Mais dramático do que cômico,
falei que não tenho medo de morrer,
mas tanta gente boa e talentosa nos
deixando
me traz um desejo ansioso
pra que meu livro saia logo.
Era o momento da despedida,
antes do papo ficar sem graça.
Beijei sua testa,
desviei do seu rosto
que explodia de vida e tesão
e segui, melancólico,
o meu caminho.
(B. B. Palermo)