No dia seguinte
o
garoto encontrou
sua
caneta esfarrapada
no
bolso da calça,
junto
a uma folha em branco,
toda
amassada.
O
sujeito do bar disse pra todo mundo
que
ele saíra de madrugada do bar,
flanando
pela avenida
como
um bailarino
bêbado.
O
garoto não liga pras fofocas.
Ele
não leva a sério esses malucos,
muitos
deles viciados,
que
dizem que se redimiram
porque
encontraram Jesus,
bíblias
debaixo do braço,
escrevendo
versículos
e
provérbios
nas
paredes dos bares.
O
garoto sabe que o Nirvana é ouro,
e
sabe de onde não vem
e
de onde vem
a
sua libertação:
nenhuma
culpa
das
recaídas
e
tombos
e
fiascos
que
costumamos fazer.
Para
o garoto,
O
voo mais elevado,
num
espaço e tempo transcendental,
pode
resultar
(por
que não?)
de
uma queda etílica
ao
retornar do bar para casa
numa
madrugada
qualquer.
(B.
B. Palermo)
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