Sonhamos com prazo
de
validade
parecido
ao dos parafusos,
arruelas
e porcas.
Até
nos assemelhamos,
produzidos
em série,
aos
milhões,
expostos
nas vitrines.
Seres
uniformizados,
nos
repetimos em todo lugar,
carne
de segunda passando pelo triturador.
Seres
em ordem unida,
me
fazem lembrar as fileiras
de
lápides
esquecidas
nos cemitérios.
Sonhamos
que somos indestrutíveis,
que
duraremos mais do que plástico,
seremos
de vidro,
lutando
bravamente para não sermos decompostos
pela
natureza.
babacas
ou gênios, não sei.
Queremos
esquecer que somos de
carne,
nossa
validade é pura ilusão.
Sonhamos
que vamos nos reconciliar com a natureza,
sonhamos
que vamos deixar algumas
sementinhas.
Cético
a isso tudo,
encho
meu copo,
apanho
outra folha em branco
e
sigo proseando
sozinho.
(B.
B. Palermo)
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