Luto.
O bar do amigo faliu.
Amanhã vou auxiliar no
balanço,
prestarei contas de
minhas ausências
e proporei a festa de
despedida.
Esperança.
Segunda-feira vou
arranjar trabalho,
labutarei pra esquecer
que o vizinho
não vai suportar por
longos dias a doença.
Médicos dizem que é
questão de tempo.
Sempre é questão de
tempo.
E idade.
Luto.
Contra o tempo.
A favor do tempo.
Preciso aprender a
dançar.
Obrigado.
Aos amigos que me
suportam,
ridículo, inspirado,
falso, bêbado,
usando largamente a
mesa do bar
que se esparrama e
esbalda na calçada
sem dar a mínima aos que passam.
Obrigado.
Por fazerem de conta
que ouvem minhas falsas verdades,
minha alegria fingida.
Obrigado.
Certeza.
Ainda serei o cestinha
desse jogo de escrever ****** e
amassar a folha e acertar a boca larga e
amassar a folha e acertar a boca larga e
insana dessa lixeira hostil.
Obrigado.
(B. B. Palermo)
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