Nesta semana, com tanta gente morrendo - parece-me de uma lógica absurda, se podemos falar de lógica - ando cantarolando, no silêncio de minhas emoções dilaceradas, uns versos do Belchior:
"Ano passado eu morri, mas nesse ano eu não morro!...".
Nem presto atenção ao sentido disso tudo. Me esforço para escrever algo, para tentar organizar um pouco os pensamentos, atordoados por essas "quase férias" estranhas.
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Olho esses rostos jovens nos outdoors, repletos de beleza e promessas de vida, e não consigo deixar de associar com as espiadas dos pais às fotos dos filhos que se foram, na tragédia de Santa Maria.
Olhares serenos, abertos às tantas possibilidades do que poderiam ser no futuro...
Nessa hora é impossível fugir da crença de que a vida é cheia de mistérios... E também de que seria bom demais a certeza de que as almas transmigram, retornam, como disse o grande filósofo Platão. Nada melhor do que ter outras oportunidades de recomeçar (re-viver), e se tornar melhor e melhor...
Os contrapontos se repetem: há o imprevisível, ou há o destino? Tudo é novidade, ou tudo é repetição?
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A vida continua... e um elogio vale demais.
Ela falou, na fila de espera do banco:
- Parabéns pelo seu trabalho.
Iluminou-se meu dia, ainda mais que a senhora foi secretária de educação do município durante muitos anos.
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