Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro
artificial, mas parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as
amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz
do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um
pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto.
“Eu não estou só.”
Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2010.
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