Já disse um filósofo: “A guerra é a mãe de todas as coisas”,
e é o que o seu Castanha vai ter se de novo
quiser dividir a mesa comigo!
– Vou ali no pub das gurias espiritualistas.
Um ou dois chopes e pimba: ouvirei vozes descendo da estratosfera,
inspiradas a ponto de serem faróis a me guiar
em direção ao cais – ou seria em direção ao caos?
Enfim, as 20 páginas do próximo livro
prometidas nos 3 últimos dias
desfilarão diante de meus olhos, como se despertasse
de um sonho bom.
Desisti de visitar o pub.
Das últimas vezes que lá cheguei a guria me encarou
com seu mau humor. Aposto que é mais uma
que percebeu que sou um caso perdido.
Vocês diriam: Palermo, tua escrita não vai florescer
enquanto tu se apaixonar por garotas
com frases infantis e uns peitões de quem já tem
uma penca de filhos.
Estou desalinhado – gurizada –, parece que baixou uma neblina fora de época
e desfilo por aí manquitolando – o cara que não disfarça
que está baldio.
Seu Castanha dobrou a esquina e vem, vem devagar, e se aproxima.
Apanho meu bloco de papel e caneta, enfio os óculos na fuça
e escrevo o melhor poema de minha vida.
O gesto de manobrar a caneta ridícula com a mão direita
(por que não a esquerda, hein, seu patético?) fez com que o velhinho
fosse abduzido.
(B. B. Palermo)
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