Serei
sincero, se algum maluco aparecer e quiser dividir a mesa comigo.
Direi:
–
Velho, senta aí, mas ficaremos em silêncio contemplando este único e eterno
entardecer!
Dos
caras que conheço, sei que não ficaremos calados nem 2 minutos,
e
o primeiro comentário será sobre o clima-tempo.
Em
seguida – no solavanco – falaremos sobre a má vontade
desses
veranistas em abrirem o bolso.
–
É um bando de mão de vaca, e a maioria é da Serra!
Eis
que dobra a esquina, sempre ele, o seu Castanha, e já me farejou.
–
Posso sentar?
Faço
aquele gesto, meio resignado, e que pode significar “fazer o que, né?”.
(Meus
queridos, desenvolvi um método infalível
pra
botar o velhinho pra correr: é só pedir pra ele pagar
uma
cerveja e uma pizza que, em menos de 2 minutos,
ele
pega o rumo de casa).
Mas
se der corda, desanda a falar e, como é meio surdo,
não
ouve ou não liga pras minhas considerações.
Chato,
muito chato.
Hoje,
quase morri de vergonha.
Eis
que surgem um rapaz e mais algumas crianças e adolescentes,
acho
que seus familiares. O cara perguntou:
–
Escuta, o que aconteceu com aquele bar que havia por aqui?
Falei
pra ele:
–
Olha, rolou umas coisas muito estranhas, tipo mulher
meter
guampa no marido e engravidar de outro
e
mais briga feia da bonitinha com o sogro
e
aí não sei quem bateu em quem
e
mais polícia no meio...
Nessa
hora, o seu Castanha não se conteve:
–
Palermo, tu é muito bobo, todo mundo sabia, menos tu,
que
o cara não gostava de mulher, não estava nem aí pra ela,
só
corria atrás dos garotos...
E
relatou cenas de encontros furtivos e outras loucuras
narradas
pela comunidade. Vocês sabem como é:
quem
conta um conto aumenta um ponto.
Fiquei
assombrado com as doses de machismo
e
homofobia e tals do bom velhinho...
Aiaiai...
Seu Castanha, tu não existe!
(B.
B. Palermo)
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