Olho pra foto dela
que surrupiei do Facebook.
Olho a todo momento,
inclusive no bar
vendo as tragédias
do Grêmio.
Sentado na varanda,
meio bebum,
meio cético,
com a agenda ridícula
que prometo cumprir
assim que amanhecer.
Nariz engraçado,
difícil de desenhar,
olhos vivos de feiticeira
querendo me despir
e fisgar,
cabelos empapados
de quem saiu a pouco
do banho.
Quando deliro esqueço
que ela é muito ocupada
com suas monografias,
com sua militância
e seus contos de fadas.
Esqueço que ela vive distante,
como se fosse meu anjo
que está sempre de férias.
(B. B. Palermo)
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