Graças a Deus,
tudo vai brotar e
florir e sorrir.
As plantas vão
crescer como bailarinas pré-adolescentes no palco,
em dia de
estreia.
Meu pé de cannabis
está radiante,
dança e requebra
nesse vento leve,
depois da chuva
escassa e
tardia e bem-vinda
do início de verão.
Se não for pra
chegar de voadora
nos vitrais dessas
igrejas,
eu me demito da
arte e do meu emprego fixo
de serviços
gerais na prefeitura.
Não me queiram
devagar,
dopado pelos
tarja preta da vida
que aguardam nas
farmácias de esquina.
Não me esperem
prestando homenagens à
falange de
mortos
expostos nas
vitrines funerárias.
Da vida bastam
as garotas,
as mais loucas e
deliciosas e cretinas.
Já fui expulso
do catecismo e
da primeira
comunhão,
então não me
aguardem com a arma engatilhada
mijando nas
pernas das calças,
atiro antes de
perguntar.
Tudo bem, sei
que é por isso que botei fora em
carreiras os
meus romances.
Não me queiram
comum.
É preciso meter
o pé na porta e
orquestrar sinfonias
que libertem os
medos anais e
mandem pro
espaço essa
vidinha vulgar.
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