Uma coisa legal das casas noturnas é que, se você
tem grana, você pode escolher música boa para ouvir. Pagando, as garotas até se
esforçam para entender e curtir aquele som que não é lugar comum. Hoje, um dos
lugares comuns é o sertanejo universitário.
Uma música que marcou minhas primeiras incursões em
casas noturnas foi “Boate azul”. Caramba, os caras que a compuseram captaram
muito bem o sentimento desses solitários amantes se arrastando de madrugada em busca de
afeto.
Nas primeiras dores de corno eu literalmente desejava
cortar os pulsos. Com o tempo aprendi que a bebida, especialmente a cerveja, me
alegra e então os pulsos permanecem preservados. Aprendemos com a idade a ter
cautela e paciência e até uma certa resignação, e então a operação de “cortar
os pulsos” – aquele impulso de querer partir dessa – não passa de uma metáfora.
Mas que isso dói, ah se dói.
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