Não vi seus olhos ao vivo. Pelas fotos no facebook, eles são azuis. Nada de verdes ou escuros, tímidos de esperança.
Olhos lindos, sem a sombra dos óculos, rosto próximo à lente da máquina fotográfica, prenunciando desejos.
Não segurei suas mãos, nem beijei seus lábios. Quando o paraíso me acolher, o suor vai verter das mãos, meu rosto queimará, se avolumará meu sexo.
Não a vi na rua, indo e vindo. Com mochila, sandálias, óculos de sol. Nem a vi em casa, a se contemplar no espelho. Não vi a cor do seu batom, nem sei de tatuagens e detalhes dos cabelos.
Sei que, se puder, beijarei cada centímetro de sua pele, teus pensamentos vão relaxar no meu peito, para ditar o ritmo do meu coração.
De você, tenho apenas o que imagino.
Segurar suas mãos, beijar pescoço, boca, orelhas, morder seus lábios.
O imaginário antecipa a realidade, para o bem de minha felicidade.
Mãos dadas, passear em parques, praias, cidades distantes. Aventureiros, bem-comportados, no cinema, quermesse, na reunião com os amigos.
Na hora de dormir, em silêncio, refaço as teorias sobre o amor, como a antecipar o que sufoca minha paixão. São amores afobados para roubar a cena, como a roseira que aguarda a primavera.
Amor inesperado e desconhecido.
Amor possível e adoidado.
Amor platônico.
Amor tão tão...
Resumindo:
Quero saber tudo dos seus medos, planos, sonhos, adiados ou refeitos.
Quero tudo aquilo que a um apaixonado compete.
Para que você, inteirinha, me sacuda, desentorte e locuplete!
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