Alguém diz algo e o amor acontece.
Alguém diz um absurdo e o amor acontece.
Alguém não diz nada e o amor acontece.
Alguém toma uma atitude e o amor acontece.
Alguém canta o amor e ele acontece.
Ninguém esta esperando e o amor acontece.
Numa manhã meio nublada de uma data sem importância,
em pleno sol de domingo, no dia da padroeira,
embaixo de um temporal, em qualquer estação do ano,
não importa a ocasião, é no coração que o amor acontece.
Na plateia do cinema, acontece vez por outra:
uma cena desperta uma emoção, que desperta outra,
que desperta outra, e lá vem o amor provar que
"a vida é amiga da arte".
Após um beijo casual, no fim de uma noite que
parecia não ter futuro, duas mãos se entrelaçam com
firmeza, e os corações se aquecem no aconchego
do amor que acontece.
Numa madrugada fria, debaixo de um cobertor,
acontece o amor.
Acontece com a pessoa certa ou com a pessoa errada,
será que o amor descre do erro?
Acontece de acontecer de um lado só, provocando
dor, mas se acontece de
dois lados, como pode ser tão bom?
Acontece de várias formas,
sejá em encontro escondido, seja em jantar esporádico, seja
em vestido de noiva, seja em casa separadas, seja em
cidades distantes, e às vezes se transforma, modificando crenças
e planos.
Seja como for, assim penso, vale a peno comemorar o acontecido.
Acontece de durar um dia, uma noite, uma semana,
um mês, um ano, uma década, uma vida, sem certificado de garantia, nem
prazo de validade, ele e seus perigos, como um equilibrista no frio.
E de repente, muitas vezes, o amor vai e desacontece sem que ninguém
saiba o motivo, mas isso já é uma outra história.
Inspirado na crônica O amor acaba, de Paulo Mendes Campos.
Inspirado na crônica "o amor acaba".
Inspirado na crônica O amor acaba, de Paulo Mendes Campos.
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