Ela
fotografou as grades de minha prisão,
lacrou
as gavetas alternativas do meu cérebro,
desencardiu
meus sonhos
e
os pendurou em dezenas de cabides.
Ela
removeu meu lixo
e
reciclou meus delírios.
Algum
tempo depois, ela disse:
-
Tu não faz mais parte
das
cenas dos meus próximos
capítulos.
Fiquei
perdido.
Eu
só queria caminhar juntinho
debaixo
do temporal,
escalarmos
as muralhas
socialmente
instituídas.
Hoje
busco consolo em Nelson Rodrigues:
"Quem
ama perde o sossego".
Vou
encarar a corda bamba,
o
trapézio
e
o globo da morte
sozinho.
(B.
B. Palermo)
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