domingo, 31 de julho de 2022

Arthur

 

Arthur é um cão que chamam de Preto,

um carente de humanidade

mais do que a maioria

dos sapiens.

Circula desde cedo por entre os malucos

que frequentam o bar do Manetta.

Pobrezinho, carente de humanidade

enquanto nós somos carentes de humildade,

carentes de coragem,

carentes de dúvidas

e de sensibilidade.

Arthur merece circular também

por entre as páginas

de algum romance,

como a cadela Baleia, do Graciliano.

Ou de alguma crônica ou poema...

que seja.

 

(B. B. Palermo)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ele já estava lá

  As pessoas por perto pareciam murchas, daquele jeito, de ideias, uns sonâmbulos, e cansei também de trocar confidências com os cães ...