A folha em branco, copo
d'água e uma cerveja, e nada, nada, nada.
Um velho ansioso pra
contar as cagadas que fez na semana, a folha em branco esperando, e nada, nada,
nada.
A cerveja pouco gelada,
o tímido colarinho, o velhinho que insiste em bater papo, a folha em branco, e
nada, nada, nada.
A ressaca que grita
mais alto, planos outra vez adiados, o comportamento esquisito do trânsito na
noite de sexta, a folha em branco, e nada, nada, nada.
O silêncio dos
coerentes, a gritaria dos idiotas, jovens e velhos só falam em negócios e
grana, a folha em branco, e nada, nada, nada.
Greves no topo, greves
quase estourando, governantes são cocô de cachorro que pisei na calçada, meu
coração reclamando, a folha em branco, e nada, nada, nada.
Alarmes disparam,
guardas berram salários atrasados, câmeras de segurança estão me vigiando, a
folha em branco, e nada, nada, nada.
Mapas estão sobre a
mesa, mapas estão nas paredes, mapas estão olhando e rindo de minhas escolhas, a folha em branco, a caneta fiel e
impotente, e nada, nada, nada.
Gostaria de conhecer
todas as putas da cidade, gostaria de casar com uma virgem e viver bodas de
ouro de fidelidade... hoje estou delirando... a folha em branco, e nada, nada,
nada.(B. B. Palermo)
E assim do nada. saiu algo muito bacana!
ResponderExcluirPuxa! Obrigado meu amigo! Legal essa de sermos uns solitários tateando na literatura. Abraços.
ResponderExcluirEstou sempre por aqui,vendo seus textos,Sucesso amigo!
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