No tempo das cavernas uivos e guinchos davam conta das
palavras. Cavalo da chuva ninguém tirava. Não havia freezers bichos embalsamados e açougues. Era dos
sentidos, nada era embutido. Todos reinavam e não havia cativeiros. Nem sempre o
grande comia o pequeno. Quem podia mais fugia menos. Não havia correntes e
prisões-canis de alguns metros quadrados. Hoje a anatomia do açougue esquarteja
o sonho do boi. Congelamos sentimentos e somos escravos do tempo. Me espanta o
ritmo do caranguejo. Meu ritmo mais ousado é andar para os lados. Nunca vi
bicho psicopata. Bicho não mata por prazer. Bicho não se alegra ao ver outro
bicho sofrer.
(TIRADAS do Teco, o poeta sonhador)
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