Ser Nêne é não ter desconfiômetro, e circular por aí com o som do carro a todo volume.
Dirigir e conversar
no celular, esquecer de usar o pisca-pisca, posicionar-se no meio da pista,
obstruir todos os espaços da rua.
Ser Nêne é dizer
que todo político é corrupto, e que por isso vai votar em branco, mas quando
ninguém está olhando cruza o sinal vermelho, joga o lixo no chão, fura fila e
nem fica vermelho.
Ser Nêne é falar
bem alto no celular, mesmo nos espaços públicos.
Ser Nêne é dizer
“não gosto de tal livro e de tal autor” sem nunca ter lido uma página sequer.
Ser Nêne é não
saber usar algumas expressões básicas de convívio, tais como “por favor”,
“muito obrigado”, “desculpe” e “com licença”.
Ser Nêne é fazer
as coisas com maldade, arrogância e segundas intenções.
Ser Nêne é
cantar os pneus, dirigir em alta velocidade no perímetro urbano.
Ser Nêne é...
Você tem razão,
amigo. Eu não devia pegar tão pesado com os nênes. Até porque ser Nêne virou
regra, em vez de exceção.
Sim, existem
nênes simpáticos até, uma mistura de ingenuidade com cegueira.
Eu conheço um
Nêne engraçado. Sua dose de má-criação, talvez, deve-se ao fato de ter nascido
prematuro, ou fora de época. Quem sabe em outro século poderia ter sido pacato
cidadão normal.
Desde criança
ninguém podou suas asas. Não o incentivou a se instruir mais, e exercitar sua
autonomia.
Então, quem é o
culpado quando ele faz suas cagadas?
Vocês sabem... O
que pode fazer um Nêne diante dos perigos deste mundo?
Ser Nêne hoje é
uma válvula de escape, se defender para sobreviver...
Pior... Não tem
como fugir. O clima mal esquentou e os nênes proliferam por aí como mosquito da
dengue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário