É tanta a fragilidade
que temo maltratar
a folha em branco.
Tanta luz da verdade
que me confundo
com o amanhecer.
Tanta liberdade pra falar
mas a alma explode
com o pôr-do-sol.
Às vezes sou monstro
aventureiro
basta ouvir a voz do povo
e ser jogado aos leões.
Tantas cenas trágicas
ensaiadas
tanto medo fome dor
eu aqui no centro
da fogueira
rondo o precipício
como quem vai
brincar
no parque de diversões.
Quilômetros separam nossos mundos
de geografia e fantasia
mas sobrevivemos por um fio
com torpedos e ligações.
Ouço todas as canções
que tocam nesses bares
noturnos.
Durante séculos fui fiel a elas
e a tudo mais
mas ninguém liga
para a dor
de estar sozinho
e assim eu sigo
sem coragem
de voltar atrás.
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