segunda-feira, 21 de abril de 2025
Sei no que vai dar!
terça-feira, 8 de abril de 2025
O psiquiatra conhece!
No Instagram, me deparo com uma
entrevista de um psiquiatra
falando a respeito de uma droga
ministrada a pacientes terminais, desenganados.
Diz ele:
“Nos cuidados paliativos, quando a
pessoa vai morrer,
dá-se uma dose dissociativa de um
psicodélico e a pessoa pode ter um êxtase,
uma epifania, e entender que não
existe a morte, que tudo tem começo, meio e fim,
e o fim nada mais é do que o epílogo
de um episódio unido
com o prólogo de outro episódio: morre
pra cá, nasce pra lá,
numa outra dimensão.
Morre na outra dimensão, nasce pra cá
nesse mundo material onde nós vivemos,
e nós estamos condenados ou premiados
a viver eternamente na nossa companhia.
Caraio, véio! Tenho que me dar bem
comigo mesmo
porque não tem como escapar de mim!
Enquanto tu estiver aqui, para viver
o melhor possível
e expandir tua consciência, que é o
que tu tanto busca,
sirva mais e ame melhor, simples
assim!”.
Mostrei isso para alguns personagens
e eles se manifestaram.
Diz o Cadelão:
“Carai, véio! Que viagem
depois de ter sugado um balde de
Ayahusca...”.
Eis o que diz o Damo do Cachorrinho:
“Kkkkk... eu nem achei tão louco o
que ele disse, traz algum sentido.
Como saber se nossa consciência não
vai viver em um metaverso
baseado em nossas experiências em
vida, e passaremos o resto da eternidade
com nós mesmos? Kkk
*É só suposição. Estou lúcido. Haha...”
De novo o Cadelão:
“Rapaz, olha que terrível seria, não
aguentamos nossa companhia nessa vida,
imagina passarmos uma eternidade nos
vendo no espelho e gemendo...
‘Não, não, não! Fiz m* de novo!’ Kkkk”.
Outra vez o Damo:
“Bah, nunca fiz essa autoanálise...
Só exames de sangue.
Vou consultar meu guru, o Leandro
Karnal... hehehe”.
Pitaco do Carleone:
“Falei com meu alter ego, o Augusto
Severo, e ele diz que o doutor tá certo com os cogumelos e tá fazendo poesia”.
Pra fechar, eis a opinião do Beiço:
“Esse usou mais drogas do que eu!”.
(B. B. Palermo)
terça-feira, 25 de março de 2025
Foi o que deu pra fazer
Dei o livro pra uma amiga que estava
de níver,
nos seu 90 anos bem vividos,
e o Lutero, o cara do pub, exclamou,
depois que leu a contracapa:
– Palermo, tu escreve pornografia!
Foi aí que a Sibila, minha paixão
insensível,
meteu-se na conversa e amenizou:
– Queridos, não peguem pesado!
O Palermo está meio perdido nessa
eterna busca
por uma mulher Alfa, enquanto ainda
tropeça
e cai nos braços de umas putas.
Não estressem o pobrezinho.
É como ele sempre diz:
“Foi o que deu pra fazer”.
(B. B. Palermo)
domingo, 23 de março de 2025
Coisas
Assim que a noite cai,
carros e motos passam pelas ruas
como ratazanas brotando às centenas de
suas tocas,
e uma verdade toma conta do meu ser:
eu não consigo mais me apegar
a essas coisas.
Li que o governo quer liberar
impostos
para idosos
na compra de veículos.
Fico em pânico, olho pro céu e
pergunto:
– Pra que tanto automóvel, meu Deus?
Pausa, silêncio e aí percebo
que Deus cuida
de coisas mais relevantes.
Eis que passa na avenida uma motinha
toda fodida
e com descarga aberta.
Hoje em dia, minhas perguntas
ao todo poderoso
não fazem qualquer sentido.
(B. B. Palermo)
quarta-feira, 19 de março de 2025
Um quilo de erva
O ônibus não estava lotado e eu poderia
sentar
mais na parte da frente, mas escolhi
o fundão.
6 poltronas e duas criaturas postadas,
uma em cada lado, junto à janela.
Fiquei na poltrona central e segurei
a mochila no colo.
O cara da direita era enorme e tinha
uns olhos verdes
parados, fixos, provocando a minha
atenção.
Na poltrona da esquerda, um serzinho,
como eu diria... complexo...
unhas pintadas, voz de
pré-adolescente encantado com o Cazuza,
quando cantava “quem sabe ainda sou
uma garotinha...”.
Eu estava no meio de olhares
cruzados, fixos nos meus.
Decidi encarar de frente o(a) garoto(a)
e tive uma bela surpresa:
uns olhos verdes cheios de vida e
malícia.
A criaturinha apanhou, de uma sacola
plástica, um latão de Skol
e – ao abrir – deu aquele estalo.
Foi o suficiente para os passageiros
se virarem de seus tronos
– indignação, risadinhas, questionamentos:
– Cadê o motorista? Ninguém faz nada?
O ônibus seguia naquela sofrência
urbana
e os dois pares de olhos verdes me
encarando.
Refleti: “Não sei quem eles são nem sei
quais as suas intenções...
e eles também não sabem quem eu sou”.
Poderiam acreditar que eu era um
alemão ou gringo policial à paisana
portando na mochila uma pistola 9
milímetros.
Me veio, primeiro, a sensação de que estava
num lugar perigoso
e de que o correto seria me bandear
lá para a frente do ônibus.
Coloquei em prática um outro plano:
– Aí, Déby! Que lindos olhos, hein?
Chocante!
Escuta só, dá um gole dessa Skol!
Devo ter falado num tom de voz mais
elevado,
porque uma senhora reclamou:
– O motorista tá vendo tudo e não faz
nada?
Dei um golão, e falei:
– Vocês não vão acreditar no que eu
estou levando.
– O que é??
– Um quilo de erva!
Abri o zíper da mochila e apanhei um
pacote
com dois pares de olhos totalmente
fora de órbita
aguardando o desfecho da conversa.
(B. B. Palermo)
terça-feira, 11 de março de 2025
Um velho problema
Velho
problema: a cerveja desencadeia uma alegria,
ações
rebeldes driblam a autocensura,
o que
era preto e branco torna-se colorido,
o feio
torna-se belo e minha poesia vê rosas
e nenhum
espinho.
Vocês
sabem como é,
a conhecida
e reconhecida carência sai do armário
e dança
à flor da pele e o velho escroto transforma-se
num
menino apaixonado.
Mas –
vejam bem – no dia seguinte
a
realidade pisoteia a alma
e a
razão faz sangrar o coração.
Se ela
aparecer no prédio num andador
procurando
pelo escrotinho do apê 0800,
com olhinhos
faiscando e uma bengala em riste,
digam
que ele foi descansar e dar um tempo
em
Aldebaran.
(B. B.
Palermo)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Esaú e Jacó – Machado de Assis
“O tempo
é um tecido invisível em que se pode bordar tudo, uma flor, um pássaro, uma
dama, um castelo, um túmulo. Também se pode bordar nada. Nada em cima de
invisível é a mais sutil obra deste mundo, e acaso do outro”.
“Aires
vira nascer e morrer muito boato falso. Uma de suas máximas é que o homem vive
para espalhar a primeira invenção de rua, e que tudo se fará crer a cem pessoas
juntas ou separadas”. (Livro publicado em 1904).
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Um é insuportável, dois é de mais
Caminhava
em direção à praça e ensaiava pensamentos
pra
cima, tipo Hoje serei o cara, um privilegiado,
coisas
bizarras marcarão encontro comigo!
Garotas
e garotinhas entravam nos mercados com as roupas de banho,
vinham
direto da praia e sua fome e sede, aposto,
eram
do meu tamanho.
No
centro da praça o DJ testava o som num volume
que
até espantava os pobres peixinhos, os papa-terras
que
senhores disciplinados e cheios de fé pescavam
desde
a madrugada na praia, logo ali.
O
cretino meteu uns sons bem pancada.
Lembrei-me
dos ancestrais batucando e dançando ao redor da fogueira
em
noites de terror, numa época infantil da humanidade.
Aliás, que época vivemos hoje?
Então
o DJ botou pra rodar a “Eguinha Pocotó”.
Não
teve jeito, caí do cavalo!
Verão,
praia, sábado de noite, óbvio que a multidão avançava
e
a praça engrossava.
Bebi
algumas caipirinhas e a música melhorou.
Eis
que ela apareceu, pegou na minha mão e eu em sua cintura
e
dançamos uma porrada de sambas.
Patrocinei
umas caipirinhas de vodca, que ela bebeu num canudinho
e
não dividiu comigo.
–
Meu bem, você pode ter dois caras, eu não tenho ciúmes,
tenho
lido sobre o poliamor!
Botou
as mãos em volta do meu pescoço e fomos com tudo
num
samba do Adoniran.
Outra
caipirinha – que eu paguei e ela bebeu sozinha –,
e
então murmurou no meu ouvido:
– Querido, se um traste já é insuportável,
tu
imagina eu com dois!
(B. B. Palermo)
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Vai ter guerra!
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
3 colheres de chá de tédio
Henry
Miller disse mais ou menos assim:
“Ande
por aí de olho no fluxo e, de vez em quando,
ensaie
algum êxtase”.
É
isso.
Solte-se
das amarras que é ser aceito pelos pares como bonzinho,
ovelha
doméstica subindo e descendo montanhas,
cabeça
entre as pernas, mais um peão
no
xadrez cotidiano.
Às
vezes você deve se aventurar, olhar bem no fundo
daqueles
olhões escorregadios, e perguntar:
–
Você é mesmo casada?
Arrisque-se
– havendo uma abertura –, e prometa pílulas generosas
de
alegria e algumas lágrimas, pouca melancolia
e muita euforia e cerveja e 3 colheres de chá
de tédio.
Faça como eu e não seja comum,
dê nome aos corvos, aos cães e às árvores,
converse com eles e, de vez em quando,
descole um papo legal com os gatos, até seus pelos
soltarem faíscas.
(B.
B. Palermo)
Dois pra lá, dois pra cá
Eu podia estar num avião rumo a Fernando de Noronha, contemplando o mar azul-cartão-postal. Mas estou aqui, duelando com a senhoria do meu...
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Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...
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Eu trago comigo algum consolo, baby, de ter dançado entre vinis riscados enquanto o mundo ardia nas entrelinhas dos jornais. Me ensin...



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