Não
abrace conclusões precipitadas,
não
seja escravo das emoções,
como
o fanático no futebol ou na política.
Exercite
a moleira para não se aprisionar
na maçaroca dos teus pensamentos desaforados
que te arrancam as calças
nas
horas inesperadas.
Não
te autoflagele, seu ridículo,
ria
de ti mesmo numa gritaria delirante
e
deslizante, como o são alguns ataques
de
riso.
Corra
até Iemanjá e tome emprestadas
uma
dúzia de velas e dedilhe tuas preces e
acenda
a fogueira dos sonhos até
emocionar
o universo.
Aprenda
comigo.
Meu
olhar fez dúzias de oficinas
com
os carentes de olhos, os que conhecem
todos
os truques dos sentidos,
e
com eles notei que nossos olhos foram desfocados
e
corrompidos pelas leis e sistemas.
Aprenda
comigo
(o
imbecil, o babaca!),
e
serás cristalino pois és um esperto
que
tem um Lattes de fazer inveja,
pena
que o povo não sabe o que é isso.
Também
aprendo contigo, já que nos
parecemos:
quando
nos olhamos diante do espelho
gememos
com o que vemos
e
que nos observa
do
outro lado
da
rua.
(B.
B. Palermo)