sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Fantasma
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Distribuição de renda
De uns
dias pra cá as vacas ficaram magras. Restaram algumas notas de 2 reais e poucas
moedas e nenhum trampo no horizonte. Como passei a semana comendo bananas e
abacates que um amigo trouxe de sua chácara, decidi sair para tomar um café dos
bem vagabundos com gosto de pano de prato e para perguntar a Deus o que ele
havia feito com meu destino.
Eu era o
Arturo Bandini, personagem de John Fante, no livro “Pergunte ao pó”, que ficou uma semana comendo apenas laranjas.
Caminhei horas e horas por aí e tudo o que consegui foram preocupações caóticas
rondando minha carcaça. Eis que me deparo com uma igreja, ou templo, sei lá, e
estava tomada por fiéis. Acho que acendeu uma luz, É hoje, é agora, vou superar
essa pindaíba, representantes de Deus me chamam, é o momento perfeito para
pedir saúde, fortuna, amor, prosperidade, inspiração, uma história incrível que
vire roteiro de um baita filme e me torne famoso! Brotaram na memória os tempos
de criança, catecismo, primeira comunhão, pedis e recebereis, tudo o que
pronunciasse com fé seria retribuído em abundância.
Dentro da
igreja, ouço alguém no altar invocar o bem e expulsar os demônios. Glória
aleluia olhei em torno e notei uma irmã que retribuiu meu olhar. Parecia-me
familiar, seus olhos negros vivos e grandes sorriram para mim. E então houve um
momento de saudações e abraços Aleluia irmãos glória a Deus. E logo a garota se
aproximou e apanhou minhas mãos e me deu um abraço exalando seu perfume
cabeleira e mamilos Aleluia irmã. Jesus está sempre do teu lado e adivinha
quando você vai pecar, sabe dos mistérios do ontem e do hoje e do amanhã. Jesus
sabe do teu desejo e inclusive quando você deseja a mulher mais próxima. Sim. É
o todo poderoso, muito mais pop do que Che Guevara ou os Beatles. Jesus tudo
pode e foi ele quem me conduziu até aqui, transformará meus 2 reais em 200, vai
ter piedade deste pobre pecador e vai saciar sua fome e sede.
Era o
momento da oferenda. Ali por perto uma senhorinha depositou uma cédula azulada,
toda dobrada e que ficou encalhada desce não desce, diante de minha vontade fome
e sede. Cadelão, que sonha ser grande escritor – nem alto nem baixo, pau nem
grande nem pequeno, mediano em seus gestos de heroísmo – foi tentado não sei
por quais forças. De início uma sementinha, a compulsão virou obsessão e – antes
de ter tempo para arrependimento – vi aquela nota de 200 ali toda dobrada e
então fiz a troca e seja lá o que Deus quiser. Discretamente depositei meus 2
reais e coloquei no bolso os duzentões.
Tirei o
dinheiro da igreja para levá-lo aos pobres. Alguém realmente necessitava dele –
e, à noite, fui a um inferninho.
Vamos ser
sensatos, rapaziada: minha atitude não contribuiu para a distribuição de renda?
Os 200 da oferenda chegaram às mãos de Deus, Dele vieram até minhas mãos e eu o
repassei a uma garota de programa, uma Madalena qualquer. Ela trocou o dinheiro
por compras no mercadinho do bairro, adquirindo alimentos em abundância para
seus filhos, que crescerão fortes e saudáveis.
Na vida
tudo é movimento. Tudo circula e se encaixa nas engrenagens. Sim, há e haverá
controvérsias. Porém, lembrem-se do mais importante: Jesus foi crucificado ao
lado de um ladrão e o perdoou!
(B. B.
Palermo)
sábado, 9 de novembro de 2024
Apenas este instante
A prosa daquele senhor impregna o ar.
Ao exalar suas frases, meio que balança a cabeça,
as pernas, dá a impressão de que vai para muitos lugares
ao mesmo tempo.
As opiniões, meio patéticas, despertam-me lembranças
de meus antepassados.
Eram ágeis? Como?
O coração bombeava direitinho sangue por todo o corpo,
ou era fraco?
E os dentes,
e o nervo ciático,
a quantas andava a vitamina D,
e a higiene pessoal,
e as doenças sexualmente transmissíveis?
Quanto % usaram de sua cabeça animal?
Darwin, me ajude:
como cheguei até aqui, em meio a tantos
apetites aleatórios?
Darwin, diga, por favor:
como fui o escolhido, em meio a uma competição
entre milhões de espermatozoides?
Tem dias que olho para trás
e vejo meus ancestrais como uns heróis.
Noutros dias me convenço de que foram uns fodidos.
(Mas que isso não sirva para justificar
esta vidinha miserável, não é mesmo?).
Tem dias que seus corpos despertam
e soltam faíscas das fiações dos postes de minha rua.
Então, furiosos, arrancam pratos e copos de minhas mãos
e os estraçalham no vazio.
Minha estratégia,
como a da maioria de vocês,
é jogá-los no esquecimento –
olvidá-los, ignorá-los –
embarcando no delírio coletivo,
como se tudo o que existe
é este instante.
Este,
apenas
este.
(B. B. Palermo)
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Dia de mudança
Era um dia especial, então fui cedo pro bar.
Desejava contar pros bacanas a novidade:
depois de alguma espera, deixaria a pensão
pra morar no meu apê.
Ao chegar, vi que o Marcão e o Zé
acompanhavam a Lau, no violão –
cantavam, daquele seu jeito, o “Faroeste Caboclo”.
Depois de um mês mamando alguns tipos de chás,
Marcão baixou a guarda e voltou pro Natu Nobilis.
Fase bem louca, essa dos chás:
ele parecia uma dama inglesa
tagarelando suas incríveis experiências
longe do álcool, amparado
por umas burguesinhas de 70 anos.
Não me encorajei em acompanhá-los.
Faceiro, Marcão se atirava nos palavrões,
rimava “eiro” com “puteiro” e tals.
Não tinha jeito, Lau afastava o violão
e reclamava:
– Tu tá drogado, menino!
Quando cheguei na pensão,
dona Juju me aguardava
numa perua importada.
De cara, puxou as orelhas deste palerma:
– Tu anda bebendo com o Zé e o Marcão, não é?
Cuidado! Eles entornam pra caramba
e fumam maconha!
A esse respeito, ela tinha toda a razão –
já que trabalhava com adolescentes
infratores.
Minhas mudanças nunca foram grande coisa.
Dessa vez, tinha umas 4 ou 5 caixas com livros
mais alguns badulaques e sacolas com roupas.
Entramos no apê e dona Juju explicou
tintim por tintim como tudo funcionava –
nunca tive forno elétrico, chaleira elétrica,
micro-ondas e etc. e tals.
Me senti em casa quando ela abriu
uma gaveta do armário da cozinha
e explicou como guardava os talheres,
para escapar da presença de certas criaturas.
Maravilha – pensei.
Em todos os lugares em que morei
sempre tive a grata companhia das baratas!
Para brindar o negócio do apê e da nossa amizade,
no dia seguinte fizemos um churrasco.
Convidei alguns andarilhos, parceiros do bar.
Todos apareceram – e foi um senhor
porre!
No outro dia, eu mesmo subscrevia
um abaixo-assinado contra a minha
presença
no ambiente!
(B. B. Palermo)
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Pobrezinho do B. B. Palermo
Uma amiga – hoje – me falou:
– Américo, você trata muito mal
o B. B. Palermo!
Fiquei paralisado.
Confesso que tenho algumas dificuldades –
nesse trabalho de imaginar e criar
histórias e poemas –
para identificar ou diferenciar autor
de personagem.
Cheguei a acreditar, juro,
que é o Palermo
quem dá as cartas!
O mais legal é feedback da galera.
Obrigado, Rosane!
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Viagem ao fim da noite
O cachorro passa mancando...
não me percebe.
Compreendo: a vida é busca, é movimento.
Quem prova isso é o motoboy e sua descarga
barulhenta
e as dezenas de vezes que passou pela rua,
hoje,
como um trator levantando vôo.
O cretino não sabe ou não quer saber
da tal da “poluição sonora”.
Alguém aí se importa?
Vou à praia no entardecer.
A natureza
NATUREZA
me chama.
Eis que me deparo com um trator
puxando vaga/metódica/mente uma rede
e – sei lá... – fiquei triste, como a personagem
da Clarice
em “Paixão segundo GH”, que devorou uma barata.
Eis uma tristeza que ninguém sabe explicar.
Assim que a rede saiu do mar em direção à
praia,
fui encarado por um peixe-espada,
e seus olhos me fuzilaram:
– EU NÃO DESEJAVA MORRER!
Eis que surgem lembranças de porres e fiascos
nas noites boêmias,
num tempo em que meus olhos estavam
em melhor estado de conservação
do que o pobre diabo do peixe enroscado
naquela rede.
Mais cedo ou mais tarde,
e que isso sirva de consolo,
estaremos todos enredados – alegres ou faceiros –
a uma rede que chamam de viagem
ao fim da noite.
(B. B. Palermo)
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Ovelha desgarrada
Manhã de domingo, Beiço deu as caras:
– Velho. Andei pensando. Está na hora do Cadelão parar de
cair nas sarjetas próximas a bares para cair na sarjeta da alma. Comece assim:
"Naquele bar, bem ali, o tédio me serviu um copo de angústias, do qual
bebi de um só gole".
Digo pro filho da p*ta:
– Hein, Beiço, tu acha que sou ovelha desgarrada ou
desgraçada?
– Por que, Cadelão?
– Senhoras de uma igreja me chamaram aqui no portão de casa. Queriam
ler pra mim passagens da Bíblia. Aí, falei pra elas:
“Podemos ler sim, mas tenho livros de montão por aqui... Que
tal lermos um pouco do livro sagrado, e um pouco do Dostoievski e alguns
parágrafos da ‘Madame Bovary?’”.
Cara, em segundos me peguei falando sozinho. Acho que sou o
tipo de ovelha que não tem salvação!
Aí, Beiço veio com tudo:
– Véio, não gaste munição com essas almas que servem de
“mulas” aos pastores das igrejas, correndo atrás de ridículas ovelhas. O que tu
precisa mesmo é ser uma ovelha desgarrada de uma literatura escrota que fazem
por aí!
– Hum... O que dizes talvez seja um pouco do que andei
pensando.
– fala.
– Quando estou
mais pra lá do que pra cá, quer dizer, mais pra loucura do que pra razão,
parece que surge uma outra pessoa pra me zoar. Aí, já não sei se estou falando
sozinho e em alto e bom som, ao caminhar pelas ruas. Não sei se falo para
dentro ou para fora. Esse Outro prega umas peças, tem linguagem própria – e o
mais louco, Beiço: ele é o poeta, ou pelo menos é o que tem coragem de botar a
boca no mundo. E é muito levado no trato com a linguagem. Dia desses, comentou:
ESTOU A QUATRO BANHOS SEM TOMAR DIAS!
Tu acha, Beiço, que nessas horas estou delirando? Ele parece desarranjar
a vida cotidiana, aquela vida mansa e de m**da onde todos seguem as regras,
cabisbaixos. Se mergulho num pântano de irrealidade – que seriam os momentos
criativos –, o Cara! entra em cena, debochando, tirando sarro, dando conselho.
Me confunde, a ponto de trocar o dia pela noite, o amanhecer pelo anoitecer. O
que me deixa feliz é que, nessas horas, sinto que nasce uma poesia que talvez
tenha algum valor. Meu, o que me veio agora é uma relação dessas NOIAS com
alguma poesia e alguns poetas nos anos sessenta e setenta aqui no Brasil.
Fizeram o que pode ser chamada de “literatura do lixo”, onde o palavrão foi
revalorizado e as relações eróticas foram descritas com natural realismo, sem
se preocuparem com o que a sociedade ia dizer. Fazem parte de um movimento
chamado “poesia marginal”, que valoriza o sujo, o lixo, e os poetas eram
chamados de “poetas sórdidos”. Já em 1948 Manuel Bandeira chamou isso de “Nova
poética”:
Vou lançar a teoria do poeta sórdido.
Poeta sórdido:
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
Vai um sujeito,
Saí um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na
primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma
nódoa de lama:
É a vida.
O poema deve ser como a nódoa no brim:
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero (...).
Resumindo, Beiço, acho
que a coisa se intensificou ao ler este poema e tomar contato com a poesia
marginal. Essa visão sobre a poesia e a vida me impressionou a tal ponto que
procuro, além de escrever assim, viver assim.
– faz sentido,
Cadelão. Uma dica: dá uma olhada na opinião do Bukowski a respeito da sua
poesia e a poesia que criticava, feita pelos poetas de sua época. Leia o livro “Escrever
para não enlouquecer”. Lá, tu vai encontrar muita preciosidade.
(B. B. Palermo)
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
Nas mãos de uma caneta
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
Pobres
Os pobres pensam em grana
e negócios e crediários e bolsa de valores.
Não sabem de poesia – ou não ligam pra isso.
Pobres não sabem o que é alma,
são putos que emporcalham o mundo,
um divertido bando de vermes!
Senti a nova fase
quando pássaros madrugadores
conversaram comigo na entrada da noite, na praia.
O instinto embaralhou os dados,
choveu no Saara, nevou no Nordeste,
quero-queros dançaram umas valsas
algemando a palma de minha mão
em busca de uns farelos.
Delirei, eu sou o pão, o Maná,
mas as vozes já não me alcançavam,
anciões de minha rua
estão de-fi
ni
ti
va
men-te
surdos.
Pisei fundo nos fatos e descobri
que o ego me sequestra do mundo.
O que é essencial para você? – perguntamos
uns aos outros...
A esse respeito,
o mundo respira
em silêncio.
(B. B. Palermo)
segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Nem só de pão vive o homem
Na padaria, a fila era enorme e eu empunhava – com
valentia – pão francês e meia dúzia de cervejas. Esbarrei num daqueles caras
que vivem para o trabalho e para guardar dinheiro. Parecia um asno de carga,
alto, seco e recurvado, um imbecil de língua afiada. Olhou para minhas compras
e anunciou, como quem conta para a multidão uma boa nova:
– Nem só de pão vive o homem!
Com a mesma intensidade, retruquei:
– Vivam os sólidos e – principalmente – os líquidos!
Em seguida, cantei para todos os presentes do respeitadíssimo
estabelecimento:
“Bebida é água!/ Comida é pasto! /
Você tem sede de quê? / Você tem fome de quê? / A gente não quer só comida / A
gente quer comida, diversão e arte / A gente não quer só comida / A gente quer
saída para qualquer parte / A gente não quer só comida / A gente quer bebida,
diversão, balé / A gente não quer só comida / A gente quer a vida como a vida
quer” (Titãs. "Comida").
Podia ficar na minha – claro – e voltar para casa e bolar uma pequena
história, meio cômica, a partir do episódio. Mas não. Verbalizei toda a minha
empolgação ali mesmo, tendo como plateia umas três ou quatro dúzias de pessoas,
dentre elas casais, mulheres com crianças e adolescentes.
Gurizada, será que baixou algum capetinha, ou fui apenas possuído pelo
bordão de que tanto simpatizo: “Temos que ser loucos!”?
Como todo mundo ali carregava seus quitutes, doces e salgados, decidi
improvisar um singelo banquete verbal, para que se fartassem. Fui então
dizendo:
Nem só de pijamas e pantufas e
laxantes para prisão de ventre e cremes para hemorroidas e rinite alérgica e
remédios para hipertensão vive o homem! Nem só de estimulantes sexuais e
fantasias anuais (não quis dizer anais, juro!) vive o homem! Nem só de nome limpo na praça
cartão de crédito carteira de identidade CPF carteira do SUS vive o homem! Nem
só de orgulho inveja ira avareza luxúria gula e preguiça vive o homem!
O gerente da padaria dirigiu-me um olhar menos
de censura e mais de aflição, implorando para que parasse o show. Afinal, na
sua concepção, sou um cara legal: todo mês deposito no seu caixa uns 900 reais
destinados ao consumo de pão, vinho e cerveja. E trouxe, como brinde, meia
dúzia de cervejas artesanais, das melhores, dizendo que serviriam de inspiração
quando chegasse em casa.
Com desgosto, improvisou um antídoto para minha
embriaguez.
No estacionamento, não localizo o carro. Ué,
mas não havia estacionado na vaga imediatamente ao lado da vaga reservada para
deficientes? Levanto os olhos e noto um caminhão-guincho rebocando um carro, a
uns 500 metros avenida adiante. Caramba, era da mesma cor do meu, um
fusca 1961, azul calcinha.
Foda-se. Que fique para outro dia a porra do
carro. Ligo para um taxista, meu conhecido. Enquanto o táxi não chegava, vi
dois ETs, sim, tive essa nítida impressão, porque eram uns serezinhos do
tamanho de anões, de cor marrom, bem antenados, que se esgueiravam pelo muro da
rua em frente e rapidamente dobravam a esquina.
Vocês devem estar se perguntando:
– Que drogas ilícitas ingeri?
Ok, ok, vou abrir o jogo. No início daquela
tarde o Beiço veio até minha casa e disse que conheceu umas garotas legais numa
loja de produtos naturais. Era só ligar pra elas que prontamente viriam beber e
se divertir com a gente. Bastava bancarmos o táxi. Foi o que fizemos. Enquanto
elas estavam a caminho, o Beiço me alcançou uma coisa, dizendo:
– Experimenta, Cadelão, isso aqui é porreta,
vai abrir as portas das tuas percepções!
E completou:
– Depois dessa experiência tu nunca mais será o
mesmo!
(B. B. Palermo)
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Sputnik
Venham,
corram,
emoções
delirantes!
Tentei contato com a musa
literária do momento,
nada mais nada menos
que a curadora da FLIP.
Não estou nem aí se ela
nunca ficar sabendo
que eu existo – dane-se o “penso, logo existo” cartesiano,
o que rola, hoje, é o aparecer!
Qual o problema dela se debruçar
por 2 minutos
nos meus escritos?
O combustível que impulsiona meu Sputnik
é correr atrás de histórias improváveis
e rir depois, mesmo que
o foguete
exploda
ao subir.
(B. B. Palermo)
A velha cidade não sai de dentro de você
O ar irresponsável juntou-se à fuligem e estão deixando o mundo em polvorosa. Moços, velhos e crianças se desmontam em tosse e espirros....
-
Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...
-
Garota, nossos destinos têm pernas bambas e percorrem umas trilhas nada paralelas. Veja bem, você não leu Schopenhauer nem Han...