Tu
só pensa no Renato.
Eu
só penso na Carol.
É
mais fácil conquistar a Carol
do
que o Grêmio ganhar a Libertadores
no
ano que vem.
(B.
B. Palermo)
Tu
só pensa no Renato.
Eu
só penso na Carol.
É
mais fácil conquistar a Carol
do
que o Grêmio ganhar a Libertadores
no
ano que vem.
(B.
B. Palermo)
-
Bah, Cadelão, não é que a mina
me
trocou por um tal de Zé Terraplana?
É
um carinha que late furioso na internet...
-
Beiço, acho que ela busca
o
prazer do desconhecido.
Tu
sabe, quer mais e mais dopamina e tals.
-
Acho que o maluco quer voltar
a
viver nas cavernas.
-
Pois é, talvez o retorno as cavernas
seja
altamente prazeroso.
Parece
que a tua performance sexual
não
mais satisfaz a mina hehehe...
-
Sou ou não sou um fodido?
-
Totalmente!
(B.
B. Palermo)
Ontem
o Wolverine jogou na minha cara
algumas
verdades:
"Palermo,
vejo que tu é bem mutante nas ideias,
por
exemplo sobre a origem do universo,
sua
expansão,
a
existência de multiversos e tals.
Inclusive,
tu disse que vai chegar lá,
vai
ser um poeta para físicos.
Me
explica, então, por que tu anda tão limitado
nas
ideias sobre política e amor?"
Notei
que Wolve e eu habitávamos
universos
diferentes.
Enquanto
ele estava no quinto litrão de ceva,
eu
estava no primeiro.
(B.
B. Palermo)
Olho
pra mulher séria
saindo
do banheiro do bar
e
desconfio que ela é mais uma tia do Whats,
irmã,
parente ou conhecida,
bem
intencionada em sua urgente missão
pra
nocautear de vez
os
problemas da política,
jogando
no caldeirão do inferno
quem
pensar diferente.
Seu
olhar demorado me alerta
para
os caminhos do bem.
Não
vejo nele qualquer solidão,
angústia
ou dúvida
com
relação
aos
caminhos pro futuro.
Nenhuma
sinfonia de Beethoven,
nenhum
pesadelo infantil...
Desconfio
que ela me vê um velho sujo e feio...
É
inevitável o estalo:
sábios
e sábias, tementes a Deus,
viemos
direto da Idade Média,
ou
compartilhamos nossas fakes
desde
o tempo em que os macacos desceram das árvores
e
decidiram não mais caminhar de 4.
(B.
B. Palermo)
Da
vida não espero muito mais
do
que um lugar discreto,
copo
de cerveja
e
inspiração.
Da
sacada de um posto de combustíveis,
contemplo
a folha em branco e me distraio
com
os caras da Brigada,
descendo
da viatura.
Eles
não sabem que um dia, talvez,
amanheça
um tipo importante,
um
escritor meio a meio:
católico e ateu e apostólico
e judeu
e italiano e neurótico
e
esquizofrênico,
sujeito
que pensa que é eclético,
embora
o mundo seja indiferente
ao
seu manso existir.
Meio
adepto da filosofia epicurista,
pregador
da simplicidade,
centauro
no jardim
fugindo
dos atoleiros dos desejos.
O
cândido acredita na mudança
de
rumos.
Acredita
que, como na vida real,
poemas
de amor também podem ser
corrigidos.
(B. B. Palermo)
-
E as novidades, Beiço?
-
Bah, Cadelão, tô pensando em me excluir desses grupos de Whats.
-
Por quê?
-
Aparece cada tronxo se exibindo e falando bizarrices.
-
Sério?
-
Participava de um grupo bem diversificado.
Aí
um tio pançudo e sem camisa,
e
bebendo toneladas de ceva
postou
fotos se exibindo com suas armas.
Aí
eu falei pra ele: Tio, não é disso que tu precisa,
vá
nos bailões da boa idade e conheça uma senhora
que
curta fazer sexo. O que tu precisa é depor as armas
e
voltar a transar!
-
Bah, véio, tu não acha que pegou pesado?
-
Sei. Mas alcancei meu objetivo:
me
excluíram do grupo.
(B.
B. Palermo)
Ela
fotografou as grades de minha prisão,
lacrou
as gavetas alternativas do meu cérebro,
desencardiu
meus sonhos
e
os pendurou em dezenas de cabides.
Ela
removeu meu lixo
e
reciclou meus delírios.
Algum
tempo depois, ela disse:
-
Tu não faz mais parte
das
cenas dos meus próximos
capítulos.
Fiquei
perdido.
Eu
só queria caminhar juntinho
debaixo
do temporal,
escalarmos
as muralhas
socialmente
instituídas.
Hoje
busco consolo em Nelson Rodrigues:
"Quem
ama perde o sossego".
Vou
encarar a corda bamba,
o
trapézio
e
o globo da morte
sozinho.
(B.
B. Palermo)
Mister
deseja que não chova
amanhã,
porque
seu trabalho é
fundamental.
Cadelão
fingido,
nada
pressinto de importante,
creio
até que sou
bundamental.
Mister
é um agricultor, um cara prático.
Conhece
as singularidades de cada
estação.
Categórico,
diz que basta cortar
o
saco do touro
pra
tudo ficar bem.
(B.
B. Palermo)
A
guria escreveu no seu perfil,
num
site de relacionamentos:
"Gosto
de ser livre,
mas
sem 'preção' sobre mim".
Senti
que nada rolaria
entre
nós.
Fiquei
triste,
gramaticalmente
falando.
(B.
B. Palermo)
Histórias
de amor
escondem
ninhos
de cobras,
atentas,
agitadas,
que
suspeitam,
atacam
e
acusam
todo
mundo.
Bonitas e bonitos
querem sangue,
em
combates
emocionantes,
traições bem-vindas
nos lares,
esquinas,
igrejas
e
puteiros.
Saudade
da infância colorida,
todo
mundo distraído dos delírios
inconsequentes
dos adultos,
cantando
e dançando cantigas de roda
em
volta da fogueira,
ouvindo
histórias
e
imaginando
antigos
heróis.
(B.
B. Palermo)
Já fui o “docinho” de muitas beldades, executivas, professoras, gerentes de lojas e bancos, garotas de programa, diaristas. Doci...