quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Almocei meu pai

 

Na adolescência,
almocei meu pai.
Hoje, poeta porque bebo,
ou bebo porque poeta,
sinto cada vez mais a sua falta.
Já se passaram 37 anos que ele partiu
pra nunca mais.
Ele almoça e janta e prepara o café da manhã
e me dá sábios conselhos.
Dança em minha memória
e é o meu melhor
amigo.
Mas não esqueço das surras
patrocinadas
pelo cinto de suas calças
toda vez que fui dedurado
por mamãe.
(B. B. Palermo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Rua Jardim da Paz, 3030, apto 303

  Conheci uma garota num site de relacionamentos que se anunciava Pimentinha. Na frase de apresentação, ela mandou ver na poesia. “Ela é ca...