As
frases perambulavam na cabeça
como
outdoors nas esquinas,
e
eu ainda acredito que a linha do horizonte, no final do dia,
vai
me apresentar “mamãe” – a mulher da minha vida.
O
marido investigava os consertos
que
o cara do posto de combustíveis fazia no caminhonetão,
e
ela sentada, séria, gostosa e contemplativa e de Ray-ban,
parecendo
me observar, sentado num boteco,
a
uns 10 metros.
Triste,
eu duvidava de que ela tinha curiosidade,
embora
eis-me aqui, quadrúpede em extinção,
maluco
que viciou em escapulir do zoológico.
Eu
a perdoo por não saber que ando por dentro das coisas
–
além da fumaça do óleo diesel e do Glifosato e do 24d
que
regam as terras desse Marte do Noroeste do RS.
Fitava-me,
e parecia pensar:
-
Como me livrar do MALA,
como
sobreviver a um casamento sem emoção,
mas
que garante dinheiro e status.
Coloquei-me
no seu lugar:
sentir-me
o pior por desejar alguma liberdade,
por
não me adaptar a uma relação a dois.
No final das contas, ela só estava distraída
e focada em algo prático:
ao
chegar em casa, colocar as roupas pra lavar,
dar
um OI pras flores do jardim
e
comidinha pros seus pets!
(B.
B. Palermo)
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