Tudo está relacionado. O sol despedindo-se com um beijo na
vidraça do prédio, próximo ao cantinho onde deliro. O indivíduo com a bicicleta
e as garotas que passeiam com escassas roupas, carinhosamente adquiridas. Dizem
que há grande probabilidade de isto ter a ver com os tornados do verão. Ninguém
percebe abismo e caos por todos os cantos - a não ser este manco escrevinhador.
As necessidades do corpo e da alma são meros dilemas subnutridos. Pensar nisso
é como tergiversar num túnel infinito. A necessidade disparou em linha reta, para
antecipar a apoteose, ao vibrarem ondas elásticas. As coisas miúdas e
barulhentas que tomam conta de tudo precisam ser depuradas, parece que todos
sabem. Observemos o que se passa. A crente de cabeça ereta, convicta do caminho
a percorrer. O boy, o pedreiro, presos ao trabalho que, acreditam, liberta,
porque se cercam de coisas que vão transbordar aterros sanitários. Convictos, usamos
com impulso delirante roupas e cosméticos. São presentes e lembranças que
brindam nossa autoestima. E no final, sem ter nada a ver com o bem e o mal, o
complicado é narrar tanta pérola, sem que isso pareça banal.