Irmãos, está aberta a temporada
de fiascos,
atiramos pra tudo quanto é lado,
sem ligarmos pra possibilidade
de cruzar nosso caminho
uma bala nem um pouco perdida,
trazendo a escuridão.
O que está em jogo é a liberdade do poeta,
que se perde nuns territórios
povoados
por multidões com bíblias
debaixo do braço.
Mesmo num mundo de trevas,
o poeta acorda iluminado
como se fosse o dono da rua,
como se fosse
a própria
lua.
Irmãos, algo grave aconteceu:
os caras da CEEE apareceram
com o regulamento debaixo do braço
e roubaram a sua luz.
Porém, o interruptor da lucidez
continua ligado,
mesmo necessitando
de meia dúzia de vodkas
pra despertar.
Caríssimos, vejam quanto luxo:
o poeta vai dormir à luz de velas,
morrendo de rir porque acredita
que tudo se harmoniza
quanticamente.
O que importa é que os fdps da CEEE
não sabem, nem nunca saberão,
que o poeta
tem
luz
própria!
(B. B. Palermo)