Da
vida não espero muito mais
do
que um lugar discreto,
copo
de cerveja
e
inspiração.
Da
sacada de um posto de combustíveis,
contemplo
a folha em branco e me distraio
com
os caras da Brigada,
descendo
da viatura.
Eles
não sabem que um dia, talvez,
amanheça
um tipo importante,
um
escritor meio a meio:
católico e ateu e apostólico
e judeu
e italiano e neurótico
e
esquizofrênico,
sujeito
que pensa que é eclético,
embora
o mundo seja indiferente
ao
seu manso existir.
Meio
adepto da filosofia epicurista,
pregador
da simplicidade,
centauro
no jardim
fugindo
dos atoleiros dos desejos.
O
cândido acredita na mudança
de
rumos.
Acredita
que, como na vida real,
poemas
de amor também podem ser
corrigidos.
(B. B. Palermo)