- Velho, fiquei especialista em lavar as mãos.
- Bah, nem me fala. Com as orientações de não levar
as mãos ao rosto, tô me livrando daqueles gestos mecânicos, tipo tirar a cera
dos ouvidos com o indicador.
- Beee... Eu tiro a cera das orelhas com o mindinho.
O indicador eu uso pra caçar tatu.
- Cadelão, descobri que ainda há esperança. Sério, potencializei
meu prazer. Basta bater uma com a mão
trocada.
- Caramba!... e eu tenho um sonho que se repete...
ou é pesadelo, não sei. Estou sempre palitando os dentes depois do jantar. Quando
acordo fico refletindo, tipo... Sou mamífero privilegiado, tenho o telencéfalo
altamente desenvolvido, além do polegar opositor. Entendeu, maluco? Meu sonho é
mensageiro, diz que estou no topo da evolução!
- Kkkk... seu débil mental! Te conheço. Sabes que eu sei das tuas milongas...
Tu tá plagiando o filme "Ilha das flores", do Jorge Furtado. Essa fala tá toda lá. Tu acha que eu sou bocó?
- Tá, esquece... Mas agora é sério. Quando chego da
rua e abro a porta de casa, tenho a sensação de que fui sequestrado por um
exército daqueles Coronavírus. Meu, corro lavar as mãos com água e sabão e depois vou
pra debaixo do chuveiro, me esfrego todo com aquela água quentíssima. Beiço,
adivinha pra onde minhas mãos se movem...
- Vai tomar no cu!
(B. B. Palermo)
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