Encontrei-a
na praça. Ela e seu filho mais velho, que
tomava
sorvete e escalava os brinquedos e que
fez
uma cena de ciúmes quando sua mãe me abraçou.
Toda
vez que a encontro é uma surpresa.
Não
a via fazia uns três meses.
Nesse
espaço de tempo noivou,
conheceu
outro que a fez rever o que sentia pelo noivo e
romper
com ele, engatar uma história com o tal sujeito,
que
logo meteu-Lhe o pé na bunda.
O
que mais me surpreende é o seu humor.
Ela
ri de suas loucuras. E isso é fundamental para a sua e
a
nossa saúde mental nesse cotidiano insensível.
"Segredei-Lhe"
que tenho passeado de um trabalho para outro e
bebido
sistematicamente e ela, mesmo sabendo de minhas fraquezas,
fez
uma cara de preocupação, empurrando-me os velhos conselhos.
-
Não tenho medo da morte.
-
É, mas se você depender do SUS, estará em maus lençóis.
-
Bom, o que não gostaria é de sobreviver a um AVC e dar trabalho pras pessoas.
-
Não viaja, Cadelão, não viaja.
Era
momento de partir.
Saquei
que logo a conversa descambaria pros lados de nossa história
que
nem bem começou e logo se desmanchou no ar.
Dei-lhe
um beijo afetuoso na testa,
desviei
do seu rosto, que explodia de vida e tesão,
e
segui meu caminho.
Recordo
que o entardecer vinha apressado,
e
a temperatura estava baixa para um dezembro aqui no sul do país.
Nosso
próximo encontro, se houver, vai trazer novas surpresas.
(B.
B. Palermo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário