Bárbara, meu amor, eu
não me importo que você goste de música sertaneja, nem me importo que você
devore, num apetite absurdo, os lanches de mamãe.
Quando você vem do
trabalho, quando você desce do carro, quando você atravessa a rua e vem pra
mim, dispara meu coração. Mas você não vem pra mim, você vai pro fundo do bar e
dá Oi, Benção mamãe, benção papai.
Eu peço outra cerveja,
caneta e papel humilhados, apenas meus olhos se alegram.
Bárbara, você dá Oi,
tudo bem?, como se quisesse me respeitar, mas sei que você vive me zoando.
Você anda distraída
pelo bar. O canto do teu olho me observa... Não, não, não, isso é fruto da
minha imaginação.
Você é sereia demais na
praia que curto. Teu abraço é aeroporto pra Jumbo, e eu não passo de um
vacilão.
Bárbara, posso te
ensinar de tudo. Esportes, estética, filosofia e economia, mas não inflaciones
meu coração.
Meu amor, eu não me
importo que você não me queira. Eu só preciso te ver pra saber que você está bem.
(B. B. Palermo)
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