Para entender o que é o conceito de "intertextualidade", um exemplo divertido. O jogo do "não confunda": Não confunda "bife à milanesa" com "bife ali na mesa", Não confunda "conhaque de alcatrão" com "catraca de canhão", Não confunda "força da opinião pública" com "opinião da força pública". Como se vê, é possível elaborar um texto novo a partir de um texto já existente. É assim que os textos "conversam" entre si. É comum encontrar ecos ou referências de um texto em outro. A essa relação se dá o nome de intertextualidade.
Há vários exemplos de intertextualidade na literatura. Veja, a seguir, como Ricardo Azevedo brinca com o famoso poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.
Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que
amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o
convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para
tia, Joaquim suicidou-se e
Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que não
tinha entrado na história.
Quadrilha da sujeira - Ricardo Azevedo
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de Joaquim que
joga uma garrafinha velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha de
não sei o quê na rua de Teresa que
joga um lencinho de papel na rua de Raimundo
que joga uma tampinha de refrigerante
na rua de Joaquim que joga um papelzinho
de bala na rua de J.Pinto Fernandes
que ainda nem tinha entrado na história.
Do site https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre-si.htm
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