“Eu te perdoo por não me levares a sério”, fala docemente o homem que se autoproclama Jesus Cristo.
Tudo o que ele diz é em obediência a Deus, que chama
de “Meu paizinho”.
Essa devoção a um Deus onipresente e onipotente, em
vez de me comover, me faz rir.
Mas não o rejeito. Com tanta igreja e
representantes de Deus no mercado, é ele quem mais me atrai. É que, como eu,
ele também está ******* pra essa sociedade de *****.
Carrega uma cruz: ser impedido de falar.
Não ter mídia. E tem razão. Com tantos canais falando ***** por aí, por que não
deixar ele viajar no verbo?
Somos parecidos. Embora ele seja profeta do
caos, das revelações e previsões catastróficas, me pareço com ele, no aspecto
poético, pois a tudo observamos e escutamos, não abrimos igrejas nem cobramos
dos fiéis.
Mas não deixo de rir quando ouço dizer que Deus
fala com ele. Sua obediência e fidelidade me dão inveja. Por que não consigo
ser assim? Nessas horas quase me autoflagelo.
A culpa se esvai quando percebo que também sou
contador de histórias, como ele, o padre, o pastor, o pai, a mãe, a professora,
o avô, a avó... Creio que, quanto mais imaginação e invenção, mais agrada a
Deus.
Mas que entidade é esse Deus?
Se foi ele que criou tamanha máquina (fantástica)
que é o universo, por que dedicaria tempo a se importar com nossas *********?
E se Jesus, na verdade, for representado não por uma
figura humana, e sim, por exemplo, por uma vaca, gato ou jumento?
Diante de tantos discursos, decidi dar mais crédito
aos mais cômicos e imaginativos. Eles tornam a vida mais leve. É por isso que
já sou quase fã de Inri Cristo.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
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