Limerick, em inglês, é o nome de um poema bem-humorado, feito de cinco versos. Os dois primeiros versos rimam com o último, enquanto o terceiro e quarto versos, mais curtos, rimam entre si. Um dos grandes expoentes nessa arte foi o inglês Edward Lear (1812-1888), mas quem fez com que o limerick se tornasse limerique mesmo, em português, foi Tatiana Belinky.
Uma das personalidades literárias mais conhecidas no Brasil, Tatiana Belinky nasceu em 1919, na Rússia, e chegou ao nosso país com dez anos de idade. Além de traduzir clássicos como Tolstoi e Tchekhov, criou e adaptou para a televisão inúmeras obras de literatura, dentre as quais se destaca a série O Sítio do Pica-pau Amarelo. É autora de mais de cem livros.
Sou um infeliz baderneiro.
Só quero fugir bem ligeiro:
Me mandam pra Marte
Ou pra qualquer parte
- Não sei para onde ir primeiro!
Comigo até a dona Marta
Brigou:- Eu de ti já estou farta!
Me deixa em paz
E suma, rapaz:
- Vai para o raio que o parta!
Eu acho o Janjão meio insano!
Com suas orelhas de abano
Em cima da hora
Mandou-me embora
Urrando: - Vai carregar piano!
As coisas comigo são chatas:
Até três simpáticas gatas
Mostraram-se bravas.
Mandaram-me às favas:
- Babaca! Vai plantar batatas!
Não sei se eu fico ou se chispo,
Não sei se me visto ou me dispo,
Quando o delegado,
Um tanto entediado,
Me diz: - Vai se queixar pro bispo!
Só espero um dia que chegue
Que eu possa montar no meu jegue
E todos aqueles
Mandões, todos eles,
Mandar: - Pro diabo que os carregue!
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