ET – Quando ela te mandou convite no facebook você se
esbaldou na lábia. Testou poemas, canções de amor, papos-cabeça, só pra
deixá-la impressionada. Com o passar dos dias você criou tamanha expectativa
que até comprou um celular mais moderninho pra ter um chip da operadora dela. E
você devaneava quando ouvia a sua voz. E cada vez mais ansiava pela sua
ligação. Enquanto isso você esnobou aquela garota que sempre esteve do teu lado
quando você precisava. Um mês depois, quando finalmente vocês iam marcar o
primeiro encontro, longe do mundo virtual, para se ver “olhos nos olhos”, ela
jogou um balde de água fria na tua paixão. Não mais ligou no início da manhã
pra desejar “tenha um ótimo dia, meu anjo!”, não ligou à noite pra ficar uma
hora contando a epopeia que foi o seu dia, da escola para casa, de casa para a
academia, e do amor incondicional pelo seu poodle, enquanto você se coçava,
louco para retomar o jogo no vídeo-game. Daí, no fim de semana ela deu um chá
de sumiço, enquanto postava umas coisas esquisitas na sua time line. E se você
puxava conversa no face, ela desdenhava, não respondia, sumia... Cara, você não
desconfiou que essa garota pode ser um fake?
TECO – Pior que não...
ET – E ela pediu pra você prometer amá-la e protege-la pelo
resto dos teus dias? Você contou a todos os teus amigos e amigas que,
finalmente, encontrou a menina que encarnava o amor verdadeiro? Caramba! Sem
nunca tê-la visto pessoalmente?
TECO – Isso...
ET – Você é muito mais do que um poeta sonhador: você é uma
catástrofe no amor! Mas... Críticas à parte, você é um menino em extinção. É
puro, ingênuo que (pasmem!) ainda acredita no amor!