Ruy, um ateu
de bom coração
e bom senso,
falou:
- HOJE
GOSTARIA
DE ACREDITAR
NO INFERNO!
Cadelão,
um filósofo de boteco,
num restinho
de lembranças
sartrianas,
falou:
- O INFERNO
SÃO OS OUTROS!
(B. B. Palermo)
Ruy, um ateu
de bom coração
e bom senso,
falou:
- HOJE
GOSTARIA
DE ACREDITAR
NO INFERNO!
Cadelão,
um filósofo de boteco,
num restinho
de lembranças
sartrianas,
falou:
- O INFERNO
SÃO OS OUTROS!
(B. B. Palermo)
Paira no ar um desejo
messiânico de chuva.
Cada um de nós está ansioso
para captar com suas câmeras
pingos prateados despencando do céu,
transbordando de júbilo
humanos, plantas e animais.
Somos viciados nos chutes dos meteorologistas,
suas análises das imagens dos satélites
entupindo os noticiários,
e o que nos resta são os papos
compartilhados o tempo todo
e em todo lugar:
"Amiga, não suporto mais esse calor!".
"Gente, vocês viram quantos graus marcava
o termômetro da praça?".
"Bem feito! O homem tá pagando o preço
pela sua destruição das matas e vertentes!".
Um dia qualquer despencarão dos céus
toneladas de água.
Então redirecionaremos nossas preciosas metralhadoras
para outros assuntos ainda mais nobres:
"Esse BBB é um lixo! Eu que não perco meu precioso tempo
vendo essas coisas!".
"Viram só? O povo só quer saber de festa e aglomeração,
não tão nem aí pro Covid!".
Até em pesadelos eu imploro pela chuva.
Tenho caprichado na ingestão de
líquidos,
é pau a pau a disputa entre água e
cerveja.
Acho que é por isso que venho tendo
uns sonhos estranhos nas madrugadas
mornas.
Estou olhando pro alto e, então, pregos
atingem minha cabeça,
e a massa cinzenta do meu cérebro
se espalha no ar feito chafariz,
como se fosse lava a jato funcionando a
todo vapor,
e não dá outra, a enchente vai
entupindo
sarjetas e bueiros.
Tem algo que eu possa fazer,
enquanto a chuva não vem
e esse calor não abranda?
E se eu tenho superpoderes,
mas nunca me preocupei com isso?
Às vezes desconfio dessa conversa
de que somos limitadíssimos,
de que não passamos de vermes
passeando na lua cheia.
Danem-se as dúvidas.
Nessas alturas escolho tranquilamente
o meio-termo:
metade água, metade cerveja.
(B. B. Palermo)
Você mergulha no rio
de águas agitadas
chamado adolescência.
Desce e experimenta
o prazer de piercings,
tatuagens, narguilés
e outras carências
cômicas.
Você logo sente falta de ar,
hora de voltar
pra margem.
Tragédias e milagres acontecem,
é o que repetem
todos os dias
os jornais.
O show tem que continuar,
diz uma música.
É a vida passando
com sua
roleta russa.
(B. B. Palermo)
Tem o que olha pra um lado e passa pro outro.
Tem o que toca de calcanhar e às vezes acerta.
Tem o que demora pra passar e quase nunca erra.
Tem o que compete como se fosse final de copa.
Tem o que joga como se estivesse na copa
tomando um litrão.
Tem o que come e não engorda.
Tem o fofo que não tá nem aí.
Tem o que joga muito e corre o tempo todo.
Tem o que corre pouco e tem a melhor assistência.
Tem o que conta a história mais louca
na hora da sede
depois do jogo.
O que importa é que a amizade
entra em campo
o tempo todo!
Valeu amigos do grupo Arte/bola/Fernandinho!
No Instagram, me deparo com uma entrevista de um psiquiatra falando a respeito de uma droga ministrada a pacientes terminais, desenganad...