domingo, 23 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Tão tão distante...
Sonda chega ao ponto mais próximo de Plutão após nove anos de viagem
Planeta-anão fica na borda do sistema solar, na órbita mais distante do sol.
New Horizons viajou quase cinco bilhões de quilômetros no espaço.
TECO - Cara, você mora muito longe daqui?
ET - Bah, é tão longe que se começo a pensar não paro mais!!
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Vocês que fazem parte dessa massa
- Teco, não consigo entender como vocês humanos conseguem, ao mesmo tempo, conceber figuras históricas geniais, como Galileu, Da Vinci, Mandela, Drummond, etc. e tal, e massas tão decadentes, como racistas, fascistas, homofóbicos, intolerantes, etc.... Consegues me explicar?
- Hum... Como você anda ácido hoje. Estou me sentindo
naquela confusão intelectual que me pede pra colocar de molho todos os meus
julgamentos...
- Entendi. Você já não sabe o que é certo ou errado, bom ou
ruim... Só não me venha com o papo de que cada um tem a sua opinião.
- O que você quis dizer com isso?
- Massa. Boa parte de vocês é massa de manobra, manada que
segue o rumo que a maioria toma!
- Putz! Hoje você tá pegando pesado com os humanos, hem?
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Ausência
Durante minha ausência bolinei com a saudade. Retirei-me da
tomada, precaução pra respirar um mundo novo. Salvo, não quis ser confundido
com um pen drive carregado de dramas e conflitos. Quis abrir as portas das
percepções e mergulhar num para-universo, me afastar desses humanos
quase-máquinas barulhentas e ansiosas. A vida é jogo rápido e monótono. Um
jardim da infância habitado por monstros. Sobreviva. Acomode-se. Sorria, você
está sendo devorado.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
sábado, 15 de agosto de 2015
O que é que tem?
Se você é
banguela, míope ou careca, narigudo, surdo ou furta-cor, o que é que tem?
Você pode ser espinhento, gordo e tímido, chegar por último e dançar
sozinho, ter pais ridículos ou ser adotado... Mas você pode ter amigos e amores
invisíveis, e provar pra todo mundo – de Ijuí a Boa Vista do Cadeado – que todos,
todos menos você, são estranhos e retardados!
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Doce sonho
Sonhei que competia com crianças, numa disparada frenética.
Quem se aproximava da linha de chegada tinha água na boca. É que os troféus
eram doces, lindas tortas, sorvetes, sucos e quindins. Quanto mais corria, mais
distante do pódio ficava – e minhas pernas flutuavam sem sair do lugar, tamanha
era a sede e a fome. Foi tanta aflição, tanta dor, que pra minha sorte fui
salvo com o berro do despertador!
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
domingo, 9 de agosto de 2015
The day after - Antonio Prata
ET - E acabou por quê?
Último Remanescente da Humanidade (URH) – Resumindo bem, a Terra esquentou muito e a gente, tipo, cozinhou.
Último Remanescente da Humanidade (URH) – Resumindo bem, a Terra esquentou muito e a gente, tipo, cozinhou.
ET – Ah… Foi meteoro? Vulcão? Gigante Vermelha?
ÚRH – Não, no caso, foi vacilo, mesmo. A gente queimou petróleo, muito petróleo, até o mundo virar uma sauna seca.
ÚRH – Não, no caso, foi vacilo, mesmo. A gente queimou petróleo, muito petróleo, até o mundo virar uma sauna seca.
ET - E queimaram petróleo pra quê?
ÚRH – Pra se locomover, basicamente. A gente criou umas caixas de metal que queimavam petróleo e te levavam de lá pra cá, sem você ter que cansar as pernas.
ÚRH – Pra se locomover, basicamente. A gente criou umas caixas de metal que queimavam petróleo e te levavam de lá pra cá, sem você ter que cansar as pernas.
ET - E vocês iam de lá pra cá, pra quê? Pra fugir de predadores?
ÚRH – Não, não. Os predadores viraram bolsa e tapete bem antes. A gente queimava petróleo pra ir e voltar do trabalho, da padaria, do posto, onde a galera ia encher a caixa de metal com mais petróleo e fazer uma social na lojinha, tomando Skol latão.
ÚRH – Não, não. Os predadores viraram bolsa e tapete bem antes. A gente queimava petróleo pra ir e voltar do trabalho, da padaria, do posto, onde a galera ia encher a caixa de metal com mais petróleo e fazer uma social na lojinha, tomando Skol latão.
ET - E por que vocês não iam a pé pro trabalho, pra padaria, pro posto, fazer social na lojinha, tomando Skol latão?
ÚRH – Porque todo mundo se aglomerava numas cidades enormes e acabava ficando meio longe do trabalho, da padaria, do posto.
ÚRH – Porque todo mundo se aglomerava numas cidades enormes e acabava ficando meio longe do trabalho, da padaria, do posto.
ET – E por que vocês não se dividiam em cidades menores, onde dava pra fazer tudo a pé?
ÚRH – Porque nas cidades enormes tinha mais possibilidade de trabalhar e de ganhar dinheiro pra poder comprar uma caixa de metal maior e mais cara, que gastasse mais petróleo.
ÚRH – Porque nas cidades enormes tinha mais possibilidade de trabalhar e de ganhar dinheiro pra poder comprar uma caixa de metal maior e mais cara, que gastasse mais petróleo.
ET - E por que alguém quereria isso?
ÚRH - Porque dava status e status era tudo. No trabalho, na padaria, no posto, neguinho via tua caixona de metal, capaz de ir a 240 km/h e dizia: “Pô, ó o cara!”.
ÚRH - Porque dava status e status era tudo. No trabalho, na padaria, no posto, neguinho via tua caixona de metal, capaz de ir a 240 km/h e dizia: “Pô, ó o cara!”.
ET - Nossa, olhando esses escombros, agora, nem dá pra imaginar que por aqui passavam caixas de metal a 240 km/h.
ÚRH – Não, na verdade, não era assim, não: como eram muitas caixas de metal e todos queriam se locomover ao mesmo tempo, ficava tudo engarrafado. Nos horários de pico a média era de 8 km/h.
ÚRH – Não, na verdade, não era assim, não: como eram muitas caixas de metal e todos queriam se locomover ao mesmo tempo, ficava tudo engarrafado. Nos horários de pico a média era de 8 km/h.
ET – Ué, até onde eu sei, com as pernas vocês podiam ir mais rápido que isso, não?
ÚRH – Poder, podia. Mas a gente preferia ir devagarinho na caixa de metal, com os vidros fechados, ar condicionado e insulfilme, de boa, ouvindo notícias sobre o trânsito e tirando meleca do nariz.
ÚRH – Poder, podia. Mas a gente preferia ir devagarinho na caixa de metal, com os vidros fechados, ar condicionado e insulfilme, de boa, ouvindo notícias sobre o trânsito e tirando meleca do nariz.
ET – Tirando meleca do nariz? Dava algum prazer físico, isso?
ÚRH – Dava um prazer medíocre. E uma culpinha, também. Prazer mesmo dava era o sexo, mas no fim ninguém mais tinha tempo pro sexo, porque tava ou trabalhando que nem louco pra comprar uma caixa de metal, ou parado dentro da caixa de metal, por horas, tentando chegar ao trabalho, onde trabalharia que nem louco pra comprar outra caixa de metal.
ÚRH – Dava um prazer medíocre. E uma culpinha, também. Prazer mesmo dava era o sexo, mas no fim ninguém mais tinha tempo pro sexo, porque tava ou trabalhando que nem louco pra comprar uma caixa de metal, ou parado dentro da caixa de metal, por horas, tentando chegar ao trabalho, onde trabalharia que nem louco pra comprar outra caixa de metal.
ET – Então vocês todos morreram porque gostavam de ficar parados em caixas de metal que queimavam petróleo pra levar vocês de lá pra cá a uma velocidade inferior à das próprias pernas?
ÚRH – É. Por causa disso, das bandejinhas de isopor e de umas pessoas que insistiram até o fim em empurrar folha na calçada com o esguicho.
ÚRH – É. Por causa disso, das bandejinhas de isopor e de umas pessoas que insistiram até o fim em empurrar folha na calçada com o esguicho.
ET – Oi?
ÚRH – Esquece. Podemos falar de outro assunto? E lá de onde cê vem, é bonito? Fresquinho? Tem praia?
ÚRH – Esquece. Podemos falar de outro assunto? E lá de onde cê vem, é bonito? Fresquinho? Tem praia?
(Antônio Prata é escritor. Publicou livros de contos, entre eles “Meio Intelectual, Meio de Esquerda”. Filho do escritor Mário Prata, escreve aos domingos na Folha de São Paulo).
Carreira solo
Dizem que devo planejar, pra encontrar o caminho certo. No momento, apenas quero inventar minha carreira solo. As bugigangas que carrego, em vez de celular, serão alegres histórias pra inspirar. Príncipe ou mocinho, lúcido ou louco como Quixote, montado no Rocinante. Parceiro de Alice, Emília e Maluquinho, darei rédeas pra aventuras, charadas e adivinhas. Nos porões, torres, escadas, contracenarei com princesas encantadas, duendes e fadas. Farei acordos políticos com lobos e três porquinhos, bruxas e chapeuzinhos, maças envenenadas e anõezinhos. Um mágico, o mago mais belo, vou namorar nas torres dos castelos. Deus me traga sonhos à vontade, me livre da insanidade de competir com todo mundo, pra exibir medalhas e diplomas na parede. Meus planos A e B não passam de maestro da orquestra. Basta alguma afinação pra vida virar festa!
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Quero-me-encontrar
Sou do planeta Quero-brilhar e, quando os sonhos são pretensiosos, sonho
que sou jogador de futebol. Quando são humildes, sou frentista ou padeiro.
Motorista, de janeiro a janeiro. Médico e advogado, de fevereiro a março.
Depois que meus sonhos foram roubados, persigo o sonho dos outros. Já não me
reconheço diante do espelho. Meu planeta saiu dos trilhos. Hoje sonho que sou
astrônomo e vasculho os céus para ver se localizo o planeta Quero-me-encontrar,
porque é lá que eu quero morar!
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
sábado, 1 de agosto de 2015
Metafísica
(São João Batista, de Leonardo da Vinci)
TECO
– Parece bobeira perguntar, mas por que você olha tanto pro céu?
ET
– Bobeira maior é responder àquilo que você já sabe!
TECO
– Por que me ensinaram que, se é possível encontrar respostas pras grandes
perguntas, elas virão quando olho pra cima?
ET
– Quais perguntas?
TECO
– “De onde viemos?”, “Para onde vamos?”
ET-
Eu desci do céu, kkkkkk. Mas não sei pra onde vou... Procurar respostas para a morte
e a vida após a morte é como procurar agulha num palheiro... É como dormir e
não saber se vai acordar... E, se por acaso acordar, viver a surpresa de não
saber o que virá pela frente!
(Tiradas
do Teco, o Poeta Sonhador)
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Assinar:
Postagens (Atom)
Taxi driver
Já fui o “docinho” de muitas beldades, executivas, professoras, gerentes de lojas e bancos, garotas de programa, diaristas. Doci...

-
Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...
-
Garota, nossos destinos têm pernas bambas e percorrem umas trilhas nada paralelas. Veja bem, você não leu Schopenhauer nem Han...