quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
Um estranho amor
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Cadelão, o poeta sensitivo
Quando estou mais pra lá do que pra cá, me passa na cabeça de que sou um
cara sensitivo. Aí, dispenso a bebida por alguns dias, faço meditação e bebo
litros e litros de água.
Duas semanas atrás aconteceu algo que me deixou mais perplexo do que
assustado. Daí desconfiar dessa estranha sensitividade.
Uma amiga da Ninfa dos lindos olhos suicidou-se. O fato me chocou, não
por conhecê-la pessoalmente, mas por compartilhar as dores e o luto do meu
amor.
A garota trabalhava num escritório que fica na avenida que atravessa a
cidade de norte a sul. Soube da tragédia através de uma postagem no Facebook,
compartilhada pela Ninfa. Final de tarde, a notícia baqueou meu peito, tanto
que providenciei papel e caneta e corri até o bar mais próximo. As mãos tremiam
quando escrevia isto:
“Não sei quem está numa melhor. Eu aqui, me
entorpecendo de cerveja, ou ela dormindo a algumas horas no caixão, pra nunca
mais acordar. Eu, com medos e incertezas, ela despedindo-se do contato com as
manhãs, noites de insônia e lua cheia./ Os comerciais de TV mostram jovens brancos, alegres, sarados e
saudáveis. A felicidade, na tela, se expande com sorriso fácil. / Pouco sei de suas vidas, se visitam farmácias, se
perdem o sono de madrugada. Não levo a sério o mundo que me vendem, até porque
as coisas que me pedem pra comprar, como entorpecentes, não garantem mais do
que meia hora de euforia. / A
garota morreu. Tantas vezes passei em frente ao seu trabalho com a
esperança de ser notado por ela, jogando na sorte de que seu olhar me
encontrasse.
nunca saquei (como poderia adivinhar?) que seu
sorriso e atenção não resumem a essência de uma pessoa, nem tudo que se agita
no seu mundo interior. / Agora
sei que existe muito mais vida nos silêncios de uma princesa. / Sei que abrir mão da vida talvez não seja um ato de
coragem. Mas estou apegado às verdades do senso comum. É mais fácil rastejar na
trilha segura do cotidiano do que pensar nos fios tênues que nos sustentam
sobre o abismo. / E
acreditamos que a angústia, a tristeza e os gestos desesperados só acontecem
com os outros. / Muitos me
convidam para viajar, conhecer outros povos, estudar outras línguas. Estou
convencido de que não devo estacionar neste lugar. / Mas hoje, ao saber de sua partida, acendeu esta luz: o
mais importante, mais do que tudo, é buscar conhecer meu mundo interior”.
Escutem só o que me deixou perplexo. Semana
passada, depois que o primeiro bar fechou, em torno de uma da madrugada, eu e
alguns amigos fomos beber e jogar sinuca num desses points que funcionam a
noite toda. Acontece que eu tinha bebido muito e, lá pelas quatro da manhã,
senti uma necessidade de voltar para casa, como se acendesse um alerta. Fiz de
conta que ia ao banheiro e me aventurei sozinho pela avenida deserta no rumo de
casa.
A garota enforcou-se numa construção abandonada ao
lado do prédio onde trabalhava. Ao passar por ali ouvi um estouro, como se
fosse uma bomba. Apavorado, perguntei a mim mesmo:
– Caralho, o que foi isso? De onde saiu esse
estrondo?
Apressei o passo e me dei conta de que a embriaguez
havia passado. Perguntava-me:
– Será que existem mesmo espíritos?
Contei o ocorrido à Ninfa dos lindos olhos, e ela
disse:
– Sim! Você é sensitivo!
Será que me impressiono porque não sou mais garoto?
Desde que fiz algumas leituras, principalmente de Nietzsche e Sartre, me
considerava um niilista. Sim, se o cara morreu, tudo acabou. Agora que me
aproximo do limbo, que já estou me acostumando com a ideia de ser um jovem
velho, bêbado e escroto, vejo meu coração derreter como manteiga. Ou isso tem
relação com a minha facilidade em idealizar o amor e captar as emoções, que
sempre andam “à flor da pele”?
Hum... veio-me a lembrança de minha infância e
adolescência e os mandamentos da igreja católica. Caramba, gurizada, por que
essa tábua de valores – como se fosse a cruz que Cristo carregou – me acompanha
até hoje? Ou quem sabe pago, com altos juros, os “deslizes” que cometi com
namoradas quando tinha uns vinte anos?
Não... Não chegam a ser fantasmas de arrepiar os pelos.
Creio que não valeria à pena contar. Tudo bem, vou narrar-lhes assim bem por
alto. Perto da casa onde nasci e cresci, um vilarejo de famílias trabalhadoras,
dóceis e obedientes, há uma gruta que faz companhia a uma linda cachoeira. A
paróquia da cidade, muito católica, nomeou pra essa gruta uma Santa Padroeira –
a Santa Bárbara. Todas as vezes que minhas namoradas vinham visitar meus
familiares eu as levava para conhecerem a gruta, um dos poucos lugares
turísticos da região. Além do encantamento com a beleza do lugar, e após contar
um pouco a história daquela gruta, inclusive algumas lendas quando a região era
habitada por indígenas, eu me esforçava para que rolasse aquele clima... Vocês
sabem...
Está bem, vou abrir o jogo: transávamos diante de
uma legião de estátuas, santas e santos, de velas acesas por pagadores de
promessas, e sob o olhar sereno e complacente da santa padroeira. Quando eu
levava as namoradas para conhecerem a gruta, realizava tudo quanto pedi na
adolescência, após descobrir as maravilhas que o sexo proporciona.
Foram dezenas de novenas e pedidos realizados
diante da santa.
Os adultos, submissos e crentes, pediam para que
chovesse depois de seca, ou pediam uma farta colheita, ou boas vendas no
comércio. Meus pedidos eram menos edificantes, orbitavam em torno de
genitálias, bundas e peitos. Mas me digam, qual o pecado de se viver a
juventude “como se não houvesse amanhã”, e aproveitar o dia (carpe diem)
como se fossemos (e éramos) uns punheteiros meio “poetas mortos”?
(B. B. Palermo)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Vou largar de ser poeta
Avalio a possibilidade de fazer um
concurso
com salário de 20 mil.
Vou largar de ser poeta,
preciso ganhar a vida,
um bom carro e estabilidade
e olhares admirados das novinhas
e das nem tanto.
Tranquilo, verei o mundo com olhar
nobre.
Caramba!
Agora a coisa ficou plana,
nenhum angústia, medo ou melancolia
– só vejo festas e glórias e alegrias.
Eis-me aqui, o Cadelão, um nefelibato
–
o cara que perambula sobre as nuvens,
irmão fiel das estatísticas.
Eu e boa parte da população,
principalmente da meia idade,
seguimos algum pensamento mágico,
e este jeito sonhador
de encarar a realidade
talvez consiga baixar as taxas de
suicídio.
Porque não, meu bem?
Eu continuo viajando e, sempre que
possível,
acompanhado das novinhas!
(B. B. Palermo)
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Passas ao rum
Duas garotas passam devagarinho
num carrão importado
e uma delas me observou e observou...
Pensei:
– Vou te lamber todinha, como um
sorvete
de passas ao rum, num verão de 40
graus
no lombo!
Ela continuou olhando mais e mais...
enquanto o carro se afastava, lentamente.
Meu sonho e o sorvete mudaram de
estado:
antes sólidos,
agora são líquidos.
(B. B. Palermo)
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Vou-me embora pra Delírius
Vou sair pelo mundo.
Doei os móveis de casa, roupas,
calçados e carro,
vou descer noutro planeta
onde tudo é original.
Vou conhecer pessoas com classe,
mulheres elegantes e espertas e curiosas,
sussurrando sensualidade e apontando
novos caminhos.
Vou sair pelo mundo e nada de olhar no
retrovisor.
Não vou mais contrariar a mim mesmo.
Em Delírius não haverá gritões de bar
cuspindo verdades na minha cara,
bostas carentes de malícia e
melancolia
e esperança no olhar.
Assim que desembarcar, as mãos vão dedilhar
pernas e coxas e bundas e joelhos de
lindas seja-lá-o-que-for
– ai, ai, ai... vai ser tudo de bom!
Estarei no meu ritmo, um
ex-desafinado mandando ver no rock,
blues e jazz e também MPB e música
regional.
Meus dedos seguirão caravanas através
de braços e pernas
e demais planícies e penhascos das ninfetas
à espera de um sim, mãos subindo e descendo,
meu garoto despertando, e então me
transformo
no gênio da música, sou agora o Hermeto
Pascoal!
Nesse planeta vou rever os insights e
epifanias
que se mandaram e nunca mais voltaram.
Encontrarei todos os amores que tive
(ou não tive?),
e será o máximo lembrarmos das
histórias bonitas
e ridículas e trágicas que rolaram,
como por exemplo uma namorada que –
depois de conversar
com mamãe por alguns minutos – me
falou:
– Cadelão, tua mãe é louca!
E eu:
– Te acostuma, meu bem. A vida toda
foi assim!
PS.:
A história não acaba por aqui.
O poeta Zé me gritou, do umbral de
uma galáxia
pra onde se mudou:
– Cadelão, não seja bobo...
O planeta dos teus sonhos é o A.
Texas.
Fica esperto e curta ao máximo
este lugar!
(B. B. Palermo)
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Era uma vez um Amado Batista
Cheguei na estação rodoviária de
Capão da Canoa e corri até os banheiros.
Uma senhora limpava as privadas,
cantarolando uma música.
À medida que urinava, aquela canção
me parecia familiar.
Ao me dirigir a uma das torneiras das
pias, tive a certeza.
Falei pra ela:
– Escuta só, aposto que tu estava
cantando uma do Amado Batista!
Ela sorriu.
– É linda, né?!
Sou tomado por uma nostalgia.
Vivi os bons tempos do Degrau’s, a
boate da Janete,
uma cafetina generosa, quase mamãe.
Lembro que ela e suas gurias me
chamavam de Amado Batista.
Creio que era um pouco parecido com o
cantor – popular e milionário, diga-se.
Janete me chamava também de American Airlines,
e nunca soube se tinha relação com a companhia aérea e com aviões a jato.
Se fosse, não fazia o menor sentido, eu
pouco saía do chão, meus voos
quase não se descolavam do solo –
como se fosse um galo velho que ainda sonha voar, quase sempre depois de beber
algumas.
Na boemia noturna, recepcionado como
o Cara,
eu me fazia e despia o ego de intelectual
e – mais do que isso – cantava as do Amado, e cantava bem, juro!
(B. B. Palermo)
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Poetinhas, contenham-se!
Não caminhava sozinho, estava rodeado
de uma legião de capetas, rindo,
zombando.
Vestiam branco e jogavam pro alto
seus cantos
vindos do outro lado da noite
do mundo,
no ritmo encanzinado do batuque.
Irmãozinhos, quais seus planos para
mim?
Ou tudo não passava de um sonho:
Vocês rezam para que eu acorde?
O mar está de ressaca e eu caminho
pra um lugar qualquer e nunca encontro
o entardecer,
e as peregrinações se repetem milhões
de vezes
e o retorno é um eterno ir e voltar
e não me metamorfoseio – estou enfeitiçado
pelas velhas fábulas.
Palermo, seu bosta! Que ideia é essa
de botar poesia pra cima de telhados,
decks e containers e dos magníficos
gramados deste lugar,
se os sujeitos gabaritados do Texas
erguem sem parar
casas e prédios,
em sua cabeça fermentam negócios
promissores
e o verão está chegando??
Segundo as projeções da especulação
imobiliária,
vai rolar muita grana por aqui.
Então, poetinhas, contenham-se,
juízo no copo e nesses ideais dominados
pelo contentamento dos instintos!
Não há outra saída... senão me
recolher.
Em casa, o computador me obedece
em sua lerdeza habitual,
parece comigo, cheio de dúvidas sobre
o que fazer no futuro.
É isso aí: fomos contagiados pela
insustentável
preguiça deste lugar!
(B. B. Palermo)
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Utopia
Ontem cruzei pelo
Janjão, sujeito meio andarilho
e meio morador das
ruas do A. Texas,
e perguntei-lhe se está
curtindo a leitura do livro
Caminhando na
chuva sem me molhar.
Fez alguns
comentários que mostravam que, de fato,
ele está encarando as
aventuras e desventuras
do Palermo/Cadelão.
Aí, me perguntou:
– Professor, o que
é utopia?
Este conceito
aparece no desfecho de uma das histórias do livro.
Expliquei-lhe de
uma maneira breve, objetiva,
algo semelhante ao
que encontrei agorinha
numa página de
literatura, no Facebook:
"O propósito
da vida não é simplesmente ser feliz. É sobre ser útil, honrado, compassivo e
contribuir de alguma forma para tornar o mundo melhor. É deixar um legado que
mostra que você viveu e viveu bem. Seja cuidando de uma criança, cultivando um
jardim ou melhorando as condições sociais, o verdadeiro sucesso está em saber
que, graças à sua existência, pelo menos uma vida respirou mais tranquila.
Isso, de facto, é ter alcançado a essência da vida”.
Ralph Waldo Emerson
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
O real é muito triste
Churras na casa de veraneio do Professor.
Havia alguns convidados e um deles decidiu
que era o momento perfeito para nos deixar a par
de seus problemas de saúde.
Na primeira estocada retórica,
narrou seus dramas com as putas hemo**:
– Quando tu vai no banheiro C*, parece que sai arame farpado do C*!
Havia – sobre a mesa – salada, pimentas em conserva, pão de alho,
lingüiça toscana...
Olhei pras pimentas, pensei no sufoco do meu rabo
e no sufoco dos rabos da humanidade,
tanta gente sofrendo pra caralho!
Estava disposto a escrever um poema danadinho,
um cupcake falando das folhas caindo
e dançando e exibindo suas performances
nos pátios do velho Texas no final do inverno e o crepúsculo exibindo
o grande amor de minha vida.
Quem sabe, meu poema serviria de remédio
para as dores da humanidade,
já que ouvi dizerem por aí
que a poesia salva...
Mas não... o problema... é que o real
é muito triste!
(B. B. Palermo)
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Ele já estava lá
As pessoas por perto pareciam murchas, daquele jeito, de ideias,
uns sonâmbulos, e cansei também de trocar confidências
com os cães de rua – eles e eu, todos encarávamos
uma maré meio maçante.
Ansiava por algum acontecimento que lançasse faíscas,
sei lá, que trouxesse alguma luz nessa escuridão.
Decidi, então, chegar na praia e, aí, foi estranho:
um trator arrancava das profundezas do mar uma enorme rede
abarrotada de peixes, e a máquina se comportava
naquela paciência digna da sabedoria dos velhos pescadores.
Me aproximo para identificar os bichos presos à teia
e – puta m*! – sou encarado por um monstro peixe-espada!
O olhar do bicho, juro, pareceu em pior estado de conservação
do que o meu – uns olhos cansados e vermelhos,
denunciando as noites boêmias.
– Estamos todos em movimento – filosofei – enrolados
num sem número de redes, a caminho do fim...
Sigo meu destino, isto é, entro num bar
para refletir sobre os fatos e buscar uma empolgação,
um entusiasmo, uma faísca que acenda
qualquer chama criativa.
Bendito o lúpulo nosso de cada dia! – diria o querido do Beiço.
E não é que uma faísca acendeu?
Lembrei de uma historinha que ouvi dias atrás.
Juro que serei breve, não vou levar meia dúzia de páginas,
como Flaubert, em “Madame Bovary”,
para descrever um vilarejo em seu romance,
tendo como paisagem, além da igreja, do mercado,
da farmácia e da hospedaria, um cemitério.
...
Era uma vez uma Semana Farroupilha.
Um grupo de amigos fez uma cavalgada de sua cidade
até uma vila, que ficava a dezenas de quilômetros.
Os cavalos faziam enorme esforço para suportarem
as paradas frequentes, nos bolichos, para reabastecer
as guampas com cachaça.
Rolou de tudo nesse lugar: missa, churrascada, bailões
e muitas prendas para se cortejar.
Como em todos os vilarejos, o cenário é parecido,
com igreja, escola, armazém e um cemitério –
o qual estava no limite, as sepulturas pareciam invadir a rua.
Muita gente circulava de um lado para o outro.
Eis que um senhor, distraído, escorou-se no portão do tal cemitério
e o umbral cedeu, veio abaixo e o serzinho
despencou sobre os túmulos.
Houve surpresa geral e muitos risos.
O tal senhor levantou-se e, num riso disfarçado, exclamou:
– Aqui eu não entro não!
Já era tarde... O pobrezinho já estava lá...
No dia seguinte, foi encontrado morto.
(B. B. Palermo)
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Pílulas diárias de fofoca
– Em Canela, ninguém cumprimenta ninguém!
Em Capão, todo mundo diz “bom dia!”, “tudo bem?”.
Aqui tu anda de bermuda e chinelos e ninguém repara.
Lá na Serra, não. Se tu se vestir de um jeito simples,
nem te olham!
Agora o papo é sobre os bichinhos, os cachorros,
quase sempre vira-latas, “graças a Deus!”.
– É horrível, naqueles dias chuvosos, é terrível.
Eles só fazem xixi na rua. Se não andarem por aí,
gemem, uivam, choram, pedindo pra sair.
Gatos? Não, não! Eu não quero mais saber!
Tinha um macho e uma fêmea.
Tu acredita? Ela só queria fugir.
Até que me abandonou, aquela mal-agradecida!
Nunca mais quero ter gatos!
Sentado a seu lado, a cabeça lateja,
deve ser por causa do timbre de sua voz
e também o seu desembestado matraquear.
Da janela do ônibus observo – acima de sua cabeça –
o sol meio que evaporando por entre nuvens escuras.
Ônibus lotado... para e segue e segue e para, gemendo...
– A Defesa Civil disse que serão 250 milímetros de chuva
em 4 dias! Todo o cuidado será pouco!
Enchentes, estiagens, a água e a poeira por todo lugar.
Sua conversa me liga à tomada e desvenda a realidade:
a primavera com suas cores vibrantes
não está a fim de ceder espaço
para o verão.
Fico louco pra chegar em casa, calçar os tênis
e partir pra caminhada: até a praia e depois a praça
e o clube e alguns bares.
Sim, fiquei viciado e entorpecido
e seduzido pelos enredos desse povo.
Acho que não vivo mais sem as pílulas
diárias
de fofoca.
(B. B. Palermo)
A velha cidade não sai de dentro de você
O ar irresponsável juntou-se à fuligem e estão deixando o mundo em polvorosa. Moços, velhos e crianças se desmontam em tosse e espirros....
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