
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
MARIO QUINTANA

Eu sonho com um poema
cujas palavras sumarentas escorram
como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
um poema que te mate de amor
antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido:
basta provares o seu gosto...
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
AMADOR
Na praia, tudo nos empurra a deixar pra depois. Aos poucos nos acostumamos ao sossego, como replay em câmera lenta. Pelo menos até uns vinte e poucos de janeiro o ritmo vai ser de tartaruga (sem querer ofender o bicho!) A não ser que alguma inspiração surja no caminho!
Lua crescente lua minguante
lua me leva pra onde for
contra a corrente ou a favor
sou amador sou amador.
A tua boca e o teu beijo
me envenenam pra onde eu for
seja em marte ou seja em Vênus
sou amador sou amador.
Saio pra rua armo barraco
tal qual lunático e agitador
mas quando ganho o teu abraço
viro amador viro amador.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Lya Luft - do livro "Perdas & Ganhos"
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
BEM ANTES DO SUS, PRECISO CUIDAR DO MEU CORAÇÃO

A partir de agora, o Instituto do coração do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) atenderá pelo Sistema Único de Saúde. Serão prestados serviços de Alta Complexidade em Cirurgia Cardiovascular... (...) A estimativa é de que cerca de 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas com o atendimento. (Zero-hora, 31/12/2009).
Devo continuar judiando meu coraçãozinho para depois, em desespero, depositá-lo ao "deus-dará" nas mãos do SUS?
Devo continuar judiando meu coraçãozinho para depois, em desespero, depositá-lo ao "deus-dará" nas mãos do SUS?
Tantas vezes o fiz trabalhar dobrado, porque comi e bebi demais.
Tantas vezes o fiz bater acelerado e descompassado, porque tive ódio, inveja, fraqueza e medo. E aí, em vez de dar-lhe folga, devorei copos e pratos cheios de coisas desnecessárias, fazendo-o trabalhar como um escravo.
Nos momentos de correr e caminhar, oportunidade para enrijecer os músculos de meu coração, deixei-me apanhar pela preguiça, e não tive tempo para ouvir a voz da razão e, muito mais, do meu coração.
Não é por acaso que coração simboliza sentimento, emoção. Se alguém te disser, meio rindo, no momento em que você estiver e-xa-ge-ra-da-men-te agressivo, "pra que tanto ódio nesse coraçãozinho!", você tem que responder: "Não meu amigo, não é meu coração que odeia, mas sim minha razão, que é a fonte e depósito de meus pensamentos. Meu coração só quer amar!".
O SUS promete cuidar de meu coração com assistência de alta complexidade, mas eu quero me antecipar a isso, e conhecer a complexidade de meus vasos, os quais permitem o sangue circular pelo meu corpo.
Certo dia fiquei espantado quando li que meus vasos sanguineos, se forem emendados uns nos outros, tem o comprimento tal a ponto de dar duas voltas em nosso planeta. E o meu caro coraçãozinho é quem bombeia sangue para toda essa extensão de mim.
Cuidar do meu coração nada mais é do que cuidar de mim. Porque, se ele parar de bater, o na-da sobre mim se abaterá.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
SEM TESÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO
domingo, 27 de dezembro de 2009
SOSSEGO

Caramba, nem nas férias temos sossego.
Responder e-mails, cortar a grama, limpar o quintal porque os vizinhos, a toda hora, nos lembram disso com suas indiretas: " -Olha que pode aparecer cobra venenosa!".
Encontrar um lugar decente para os recortes de textos de jornais, livros e cds espalhados pelos cantos.
O pior é que nem nas férias nos livramos dos lapsos. "- Cadê o bilhetinho que continha número do telefone celular e e-mail daquele contato que poderá mudar nosso destino?"
E as compras do mercado, essas ficarão comprometidas, se não levarmos um bilhetinho no bolso, nem que seja para comprar meia dúzia de coisas. Se não anotamos o que vamos comprar, carregamos pra casa um monte de supérfluos. E, o que é pior, vamos entupindo os armários com sacos plásticos, e entupindo nossa consciência com sentimento de culpa.
Responder e-mails, cortar a grama, limpar o quintal porque os vizinhos, a toda hora, nos lembram disso com suas indiretas: " -Olha que pode aparecer cobra venenosa!".
Encontrar um lugar decente para os recortes de textos de jornais, livros e cds espalhados pelos cantos.
O pior é que nem nas férias nos livramos dos lapsos. "- Cadê o bilhetinho que continha número do telefone celular e e-mail daquele contato que poderá mudar nosso destino?"
E as compras do mercado, essas ficarão comprometidas, se não levarmos um bilhetinho no bolso, nem que seja para comprar meia dúzia de coisas. Se não anotamos o que vamos comprar, carregamos pra casa um monte de supérfluos. E, o que é pior, vamos entupindo os armários com sacos plásticos, e entupindo nossa consciência com sentimento de culpa.
Mas não tem nada, não. Um dia ainda aprendo a meditar, pra deixar a mente orbitar no seu devido lugar!
sábado, 26 de dezembro de 2009
AVISO IMPORTANTE - Luis Fernando Verissimo
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
UM VIOLINISTA NO TELHADO

A tradição, com suas regras e princípios, garante o conjunto de crenças que vão nortear as decisões de cada indivíduo. A tradição vai amortecer nossas quedas e tropeços, e vai auxiliar na hora de justificarmos nossas misérias.
Por outro lado somos, ao mesmo tempo, rebeldes e frágeis, e podemos sucumbir (uns mais, outros menos) à contracorrente que vem da rebeldia - aquela força tentadora em direção à mudança.
No filme Um violinista no telhado, seu personagem principal é um pai, de cinco filhas, que está no meio desse fogo cruzado entre o velho e o novo. E ele vive o dilema de maneira intensa. Embora rude, sabe que os livros, a cultura, o conhecimento adquirido pelos mais velhos, têm grande valor.
E por isso, a todo momento, questiona a Deus, grande representante da tradição judaica, o porquê da condição de pobreza, dele e de sua família. É analfabeto, porém não deseja que suas filhas também o sejam. Sua esposa é simples, batalhadora, enfim, é uma síntese das "boas" atitudes que estão em comum acordo com os apelos de sua cultura.
Mas ele deseja que a esposa conquiste uma melhor condição do que aquela. O mesmo vale para suas filhas. Vale ressaltar que as filhas não se deixam limitar pelas rédeas dessa tradição (machista). Ainda mais quando chega à aldeia um jovem rapaz com mais estudo do que os que ali moram. Ele mostra para elas (desempenhando o papel de, até certo modo, preceptor) uma outra visão de mundo, a da luta de classes, da exploração e alienação social.
Enfim, o pai, que elegemos como sendo o personagem principal, encontra-se numa situação semelhante à do violinista no telhado: suas atitudes e condição, o lugar onde está, tudo isso é perigoso, pois a toda hora pode escorregar e se machucar. Mas iso só ocorre porque está vivo. Vivo e ativo.
O nascimento, que é uma afirmação sui gêneris do novo, representa esse lugar de risco, mas de abertura para novas possibilidades, que podem resultar em ruptura com aquilo que é nocivo para nós e para com os que convivem conosco.
Que nesse natal, o nascimento não seja apenas o daquele menino que todos conhecemos pelo nome de Jesus. Que o natal sirva também para o nosso nascimento.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
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