Com mais de cem livros infantis publicados, Ricardo Azevedo, nascido em São Paulo, considera-se um “bagunceiro da linguagem”. Segundo ele, poetas são sujeitinhos inconvenientes, que gostam de fazer bagunça e mudar tudo de lugar. Bagunçam a verdade, mexem com a inocência das palavras, seu som, seu peso, sua cor e seu ritmo que, muitas vezes, se insinua entre duas sílabas. Dessa forma, contrariam hábitos e convenções, “acordando” a linguagem de uma espécie de sono, enriquecendo-a com novos sentidos.
Esse “bagunceiro” não pretende explicar, mas sim partilhar suas inquietações: sobre violência, amadurecimento pessoal, o mistério que são os outros e a própria poesia.
POEMA DO TEMPO
Tem o importante que sabe que é comum
Tem o comum que se acha importante
Tem o diamante que sabe que é pedra
Tem a pedra que se acha diamante
Enquanto isso, o tempo passa levando
comuns, importantes, pedras e diamantes
Ao lermos em voz alta o poema Eu passei um dia inteiro, percebemos que o texto possui um ritmo, uma cadência que organiza as frases: isso é muito comum em poesia. De acordo com Ricardo Azevedo, esse gênero esteve ligado à música em diferentes circunstâncias históricas.
Eu passei um dia inteiro
pra fazer essa modinha,
você chega e vem dizer
que a modinha não é minha?
A modinha é minha, sim,
quem não sabe, vai saber,
não tem como duvidar,
vou provar por a mais b.
Veja só o jeito dela:
confusa, desajeitada,
coitada, destrambelhada,
capenga, desengonçada.
Basta olhar pra cara dela:
disforme, deselegante,
quadrada, mal-ajambrada,
mixórdia marca barbante.
Rima pobre, manquitola,
arremedo incompetente,
tentativa que não cola,
só amola, infelizmente.
Sem assunto, sem idéia,
banal, batida, bisonha,
lengalenga, logorréia,
sem sentido, nem vergonha.
Tal bobice é um bagulho
é tolice atrapalhada,
é só burrada e barulho,
de poesia não tem nada.
Vou parando por aqui,
já chega de picuinha.
Quero ver quem vai dizer
que a modinha não é minha!
Ao ser perguntado sobre “o que é a poesia”, Ricardo Azevedo diz que o ser humano é um ser que pergunta, e a poesia tem a ver com isso. “Para responder a suas constantes indagações, o homem inventou as religiões, as ciências, as filosofias e também as artes. Vejo a poesia e a própria literatura, ou seja, as artes feitas com palavras, como formas de perguntar, interpretar, discutir e de compartilhar, por meio da ficção, assuntos que emocionam, encantam ou perturbam a todos nós”.
era isso o que eu queria para o colegio vcs estão de parabens
ResponderExcluirEu queria poder ler a poesia "Às vezes"!
ResponderExcluirPor favor me ajudem! Obrigado♥
nao tem rimas né só versos "brancos"
ResponderExcluiradorei, facilitou otrabalho do meu neto VALEU 10!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirachei bem legal o poema!bem interessante!!!
ResponderExcluiradorei ficou muito bom!!!....
Legal gostei do poema Parabéns !
ResponderExcluirMuito boa. Amei.
ResponderExcluirlegal adorei o poema
ResponderExcluirlegal
ResponderExcluirAmoooo os poemas de Ricardo Azevedo.....
ResponderExcluirEu gostei muito do poema e da história do Diamante.
ResponderExcluirE você é um grande Escritor.
Eu não o conhecia mas gostei muito, muito mesmo.
Vou querer ler todos os seus livros, pois não é todo dia que a gente conhece alguém assim de muito talento.
ass. Ana Gabriella G Carvalho de Melo Tenterrara.
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Oi Ricardo, aqui é o pai da Gabriella, senti nos olhos dela uma faísca de grande admiração. Adorou "Passei o Dia Inteiro" e ficou fascinada pela magia que há nos teus versos, no desenrolar da "modinha". O teu nome e obra foi uma solicitação de tarefa de casa, de sua escola.
Eu também fiquei admirado com a tua desenvoltura e jogo de palavras.
Bielle Tenterrara possui 7 anos de idade. Gosta muito de escrever, especialmente letras de músicas. Gosta de chegar junto a mim (que passo a vida a escrever) e dizer assim: "-- Papai! Papai! Você pode escrever aí depressa uma música?" A primeira vez fiquei emocionado, pois a letra, as palavras, estavam bem acima do vocabulário dela (embora eu já soubesse de sua genialidade desde 1 ano e oito meses). Iniciou assim: "A vida é uma montanha que a gente tem que escalar!" e foi soltando versos e eu escrevendo-os, sob o olhar vigilante dela, quanto à fidelidade do que estava sendo escrito. Publiquei nos nossos sites.
Vieram outros e mais outros.
Quanto a mim, sou escritor; me dizem, "Poeta".
Devo nossa desenvoltura literária ao fato de possuir, desde os 6 anos de idade, a enciclopédia "Tesouro da Juventude", edição 1967. Os 18 volumes acompanharam-me no tempo e na escala do conhecimento das ciências e das artes. Os volumes onde marquei a lápis as datas em que li; hoje vejo-a nos mesmos volumes, a ler e enriquecer o seu vocabulário e linguagem escorreita.
Um dia à hora de dormir, pediu-me uma história. Mas queria uma estória inventada, na hora. Fiquei surpreso e pensei que não daria cabo ao pedido. Mas dei conta da tarefa e descobri como é bom e fascinante escrever para o público infanto-juvenil. A "estória" veio pouco-a-pouco desenrolando-se, e resolvi escrever para não esquecer. Estamos com dois mini-contos-infantis, incompletos.
Espero que surja um tempinho para dedicar a essa nossa nova vertente literária.
Agora devemos dizer "muito obrigado" por proporcionar à minha filha e a mim, a oportunidade de vir a te conhecer.
Um abraço amigo.
Lustato Tenterrara .
Possuímos uma miríade de espaços na web, de modo que em breve teremos uma Comunidade Ricardo Azevedo e dedicar a propagar o conhecimento e obra de um grande escritor.
Thanks again.
Lustato.
Goostei muuito disso ,poode me ajudar na escoolaa!!
ResponderExcluirGoostei muuito disso ,poode me ajudar na escoolaa!!
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