quarta-feira, 18 de novembro de 2009
PERGUNTINHA
É difícil travar uma guerra constante com a rotina.
Filmes, de vez em quando, nos lembram de como são importantes as surpresas. O ineperado, imprevisível, são estímulos que ajudam a evitar que atrofiemos nossa inteligência e sensibilidade.
Com relação aos filmes, nos emocionamos quando nos deparamos com cenas com se parecem com os acontecimentos de nossas vidas.
Marley e eu é um filme americano que conta uma história de família - o casal e os filhos que vão nascendo e crescendo, e sua relação com o cachorro (Marley), um labrador de quase 50 quilos. Podemos nos identificar, tanto com o pai, a mãe, ou com o cachorro.
Não, ele não é o narrador, apesar de ser um importante personagem na história. Quem narra é o pai, um jornalista que teve a oportunidade de de assumir uma coluna de jornal como interino, e o faz muito bem.
Nesses textos diários ele narra, de maneira divertida, seu dia-a-dia, sendo que Marley é lembrado em quase todas as colunas que ele escreve.
A vida do cachorro, e o seu lugar na família, aparece pela ótica do tempo: desde sua infância, até sua velhice e morte.
Seu lugar e importância, junto à família, é bem nítido no final do filme, na hora da despedida, por conta de seu sepultamento (e despedida).
Essa foi a deixa que me levou a perguntar: se eu me for (e vale o mesmo para você), quantos vão sentir a minha falta?
domingo, 15 de novembro de 2009
OUTROS LADOS
Na cachoeira dos teus olhos
havia dois lados.
Num deles um raio de sol
no outro um arco-íris molhado.
Conheci você de verdade
quando percorri os teus outros lados.
Dormiam lagos de lágrimas serenas
que não suportavam ser acordados.
Na cabeceira dos teus olhos fiz meu ninho.
Mas ninguém te avisou que por lá
alguém havia repousado.
sábado, 14 de novembro de 2009
PAUSA
O nome estava sobre a mesa, junto a livros, recortes de jornais e anotações que faziam o papel de agendas.
Era vendedora de loja de artigos esportivos. Se comprasse o tênis, ela ganharia comissão.
Não sou de retornar a um compromisso, rabo entre as pernas, cumprir uma promessa qualquer. Vencem os apelos de tantos novos acontecimentos.
Não joguei nome e cartão no lixo porque o prazo de validade não estava vencido. Ou foi uma distração, como juntar à velha agenda mais um novo endereço.
- Quem sabe um dia não vá precisar?
- Quem sabe...
Mas o tempo é cruel e nos faz esquecer, ou embaralhar as peças, fazendo a tranqüilidade de nossa engrenagem emperrar.
Aprendi a usar o controle remoto. Conheço a função da tecla “pause”.
A memória, seu nome, os compromissos, todos, todos estão salvos.
Salvo, eu quero dar muitos abraços, os sentidos a cento e vinte por hora.
Sem raiva, rancor e obsessão pelo progresso.
Quero assoprar as brasas das experiências. Não deixar as cinzas tomarem conta de tudo.
A pausa é o intervalo que aguarda o “play”.
Entre pauses e plays, quero manter o controle (remoto) de mim mesmo.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
MAQUETE DOS SONHOS
Carrego comigo
a maquete dos sonhos.
Tem praças, prédios e avenidas
calçadões e clarões
que se abrem entre os edifícios
para conversar com as estrelas.
Minha cidade maquete
é o abraço de mãos,
pensamentos e coração.
E nela cabe
jardins e canções
donzelas nas janelas
bancos espalhados entre as sombras
para os velhinhos conversarem.
Cabe mais uma rua
casa
escola
morro
placa
praça
bosque
riacho
o sino da capela
a tocar
cabe tudo quanto
você poça imaginar!
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Estatutos de um Novo Mundo para as Crianças - Miguel Sanches Neto
Artigo 1 - Fica criada a semana de três dias – sexta, sábado e domingo. Sexta será para a escola, no sábado e no domingo a gente folga.
Artigo 2 - Decreta-se o fim das fábricas de armas, tanques e outras porcarias de guerra.
Estas indústrias produzirão brinquedos e jogos em que a luta seja disputa amistosa.
Artigo 6 - Fica proibida a circulação de dinheiro, as coisas valerão o que elas são, e uma será trocada pela outra na grande praça a ser criada no centro e em cada bairro da cidade.
Artigo 7 - Fica decretado o fim das cercas, muros, portões, estacionamentos e edifícios comerciais.
Parágrafo único: No lugar de prédios imprestáveis serão plantados parques.
Artigo 8 - Toda cidade fica obrigada a ter pomares públicos, para que se possa subir em árvores e colher frutas.
Artigo 9 - Proíbe-se a entrada de carros nas cidades, eles permanecerão do lado de fora, como cavalos mansos, esperando a hora das viagens.
Parágrafo 1: Nas ruas só será permitido andar a pé ou de bicicleta, skate, pônei e patins.
Parágrafo 2: Todas as avenidas deverão ter canteiros com árvores, bancos, pássaros e, se possível, pingüins.
Artigo 10 - Fica permitido que qualquer criança dê sua opinião e que ela tenha tanto valor quanto a de um ancião.
Artigo 11 - Ficam esquecidas, a partir de hoje, as formas chatas de escrita (decretos, redação escolar, discursos); todo texto terá que ser música.
O PATIFE tá enrolando de novo
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