segunda-feira, 21 de março de 2016
quinta-feira, 10 de março de 2016
Lista para a festinha
Não me conte em detalhes teu café da manhã. Nem o jantar com amigos, o que comeram, beberam e quanto custou.
O poeta não liga para o que cada um vai pagar, e se isso é justo. Não liga para a maneira como você administra teu patrimônio. Se vai se empanturrar de cerveja ou de refri na festa.
Além de organização, a vida precisa de emoção.
mais do que repetição - como a musiquinha da Xuxa no carro da vendedora de picolés - o cotidiano quer nos despertar.
Mais do que suprir necessidades fisiológicas, o café da manhã deveria dar prazer. Escute teu amor narrar o sonho bizarro que teve. Dê um tempo para as contas.
Mais do que ordens, obrigações e demarcações de poder, o trabalho deveria humanizar.
O poeta observa e conclui: a vida oferece muito mais!
Escute o pulsar da vida. Em alguns casos os excessos triplicam, em outros a escassez alardeia. Lugares onde a estupidez dá as cartas, lugares onde o amor faz besteira.
As coisas acontecem. O mais complicado é nossa sensibilidade captar isso... E se encantar.
Houve uma lista para a festa de amigos. Durante a semana o grupo debateu pelo whatsapp onde, quando e por que, qual seria o cardápio e o que cada um iria pagar.
mais sensibilidade e menos administração.
Como o prazer andou esquecido, perdi meu apetite. Vou ficar por aqui, embriagado pelo pulsar de um bom livro.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
domingo, 6 de março de 2016
Para Bukowski
Ridícula essa inocência de olhar pro umbigo e fazer planos de perder peso, aumentar a musculatura e angariar olhares e corpos de algumas vadias. Aiaiai que bosta quase não ler e escrever, quando saem algumas linhas sofridas é pra amassar a folha e acertar a lixeira. O pior é o vexame matutino de dar de cara com o que escreveu ontem à noite depois de entortar uma garrafa de líquido duvidoso.
Ridícula essa pretensão de imitar Charles Bukowski.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
quinta-feira, 3 de março de 2016
Inri Cristo
“Eu te perdoo por não me levares a sério”, fala docemente o homem que se autoproclama Jesus Cristo.
Tudo o que ele diz é em obediência a Deus, que chama
de “Meu paizinho”.
Essa devoção a um Deus onipresente e onipotente, em
vez de me comover, me faz rir.
Mas não o rejeito. Com tanta igreja e
representantes de Deus no mercado, é ele quem mais me atrai. É que, como eu,
ele também está ******* pra essa sociedade de *****.
Carrega uma cruz: ser impedido de falar.
Não ter mídia. E tem razão. Com tantos canais falando ***** por aí, por que não
deixar ele viajar no verbo?
Somos parecidos. Embora ele seja profeta do
caos, das revelações e previsões catastróficas, me pareço com ele, no aspecto
poético, pois a tudo observamos e escutamos, não abrimos igrejas nem cobramos
dos fiéis.
Mas não deixo de rir quando ouço dizer que Deus
fala com ele. Sua obediência e fidelidade me dão inveja. Por que não consigo
ser assim? Nessas horas quase me autoflagelo.
A culpa se esvai quando percebo que também sou
contador de histórias, como ele, o padre, o pastor, o pai, a mãe, a professora,
o avô, a avó... Creio que, quanto mais imaginação e invenção, mais agrada a
Deus.
Mas que entidade é esse Deus?
Se foi ele que criou tamanha máquina (fantástica)
que é o universo, por que dedicaria tempo a se importar com nossas *********?
E se Jesus, na verdade, for representado não por uma
figura humana, e sim, por exemplo, por uma vaca, gato ou jumento?
Diante de tantos discursos, decidi dar mais crédito
aos mais cômicos e imaginativos. Eles tornam a vida mais leve. É por isso que
já sou quase fã de Inri Cristo.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
quarta-feira, 2 de março de 2016
Ana Cristina Cesar
faz três semanas
espero
depois da novela
sem falta
um telefonema
de algum ponto
perdido
do país
espero
depois da novela
sem falta
um telefonema
de algum ponto
perdido
do país
A poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952-1983) foi escolhida como autora homenageada na Festa Literária Internacional de Paraty em 2016, que vai acontecer entre 29 de junho e 3 de julho, em Paraty (RJ). Ela é a segunda mulher a ser lembrada pelo evento. A primeira foi Clarice Lispector em 2005. Na edição deste ano, o autor homenageado foi o escritor Mário de Andrade.
Expoente da geração da Poesia Marginal, que nos anos 1970 se firmou distribuindo edições caseiras no Rio de Janeiro, ao largo do mercado editorial e sob o peso da ditadura militar, Ana C., como era chamada por amigos, fundou uma vertente marcante na poesia brasileira contemporânea (Fonte G1).
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