terça-feira, 3 de setembro de 2013

As vantagens de ser invisível - FILME



Acho que, se um dia eu tiver filhos e eles ficarem perturbados, não vou dizer a eles que as pessoas passam fome na China nem nada assim, porque isso não mudaria o fato de que eles estão transtornados. E mesmo que alguém esteja muito pior, isso não muda em nada o fato de que você tem o que você tem. É bom e mau.
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Eu sei que tudo isso serão apenas histórias algum dia. E nossas fotos se tornarão velhas fotografias. E todos nós nos tornaremos mãe ou pai de alguém. Mas agora, exatamente agora, esses momentos não são histórias. Está acontecendo. Eu posso ver. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.

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É muito mais fácil não saber das coisas de vez em quando.
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É duro ver um amigo sofrendo tanto. Especialmente quando você nada pode fazer, a não ser ‘estar lá’. Queria fazer com que ele parasse de sofrer, mas não posso. Então eu só o acompanho aonde quer que ele queira ir para me mostrar seu mundo.
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Não pode colocar a vida das pessoas à frente da sua.
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As coisas mudam e os amigos se vão, mas a vida não pára para ninguém.
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Quando estava indo para casa, só conseguia pensar na palavra 'especial'. E pensei que a última pessoa que me disse isso foi tia Helen. Foi muito bom ter ouvido isso novamente. Porque eu acho que todos nós nos esquecemos ás vezes. E eu acho que todo mundo é especial á sua própria maneira. É o que eu penso.
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Sei que sou quieto, e que devo falar mais, mas se soubesse as coisas que passaram pela minha cabeça, você saberia o que significou de verdade.
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Sempre acho que um livro é meu favorito até eu ler outro.
Eu sinto o Infinito.
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-Por que as pessoas boas escolhem as pessoas erradas? 
-A gente aceita o amor que acha que merece.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Antielegia eterea - Carlos Nejar




Na medida em que caem

os frutos, caem os homens,

caem as folhas, o sol cai

para o alto com as estrelas.

E eu, como um tronco

envelhecendo, vou ficando

oco por dentro e começo

a ser ocupado pelos passarinhos.

Começo a ser passarinho

no tronco. Até que o musgo

no céu me torne eterno.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Adote um poeta

 


Adote um poeta mesmo que seja pra guiar pela mão como bicho de estimação. Poodle, shitzu, pequinês, vira-latas. Asseado, perfumado, Don Juan das calçadas. Poeta galanteador, você sabe minha pouca intimidade com coleira, focinheira e roupinha do time do coração. Alimente a minha coragem pra entender as maluquices do mundo em suas viagens. Adote um poeta, meu algodão-doce, pra conduzir pela mão, como se Don Juan fosse...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Palestra sobre prática de leitura nas escolas



A SMED de Ijuí promoveu palestra com o professor e escritor Américo Piovesan na última terça-feira, 13, para os mediadores de leitura das escolas da rede municipal. A atividade fez parte do programa Todos pela Leitura, que visa a incentivar a prática da leitura nas escolas.
Primeiramente foi o abordado o tema da infância nos nossos dias. “Constata-se que essa, em boa medida, está sendo substituída pelo universo corporativo dos adultos, o qual é perpassado pela competição e individualismo. As crianças são submetidas à rotina adulta, com uma excessiva carga de atividades. O tempo da infância necessita ser o do lúdico e da imaginação. Ao abrir mão desse tempo, e das vivências nele envolvidas, estaremos sonegando das crianças uma formação mais humanizada. Isso leva a uma defasagem na sua formação ética, o que implica conseqüências quanto ao futuro, que é o de buscar um mundo melhor”, diz o escritor.
Um segundo tema debatido diz respeito ao papel do mediador de leitura. Para o escritor é fundamental que esse exercite sua sensibilidade e empatia, no sentido de ouvir o outro - no caso, as crianças e jovens das escolas. Empatia significa o esforço de se colocar no lugar do outro, e fazer pontes, para aproximar as gerações, tendo como elo de ligação os livros e a leitura. O mediador necessita diversificar seu repertório de histórias prestando atenção nas demandas dos alunos, tão diversificadas quantas são as faixas etárias.
Num terceiro momento, para sublinhar a importância das histórias, o palestrante enfatizou que necessitamos apostar na palavra viva - ou seja, de que um livro pode entrar na vida de uma pessoa a ponto de levá-la a mudar sua forma de pensar e de viver. A partir da psicanálise, que afirma que um dos objetivos das palavras como instrumento terapêutico é o de "diminuir o peso que cada um carrega" (Abrão Slavutski, Zero Hora de julho de 2013), vemos que as histórias que lemos possibilitam alcançarmos alguma leveza, isto é, suporta a vida pesada, com suas perdas, frustrações, privações.
 Para finalizar, Américo Piovesan procurou relacionar o poeta Vinicius de Morais à necessidade de formar leitores visando a um mundo melhor. Além da contribuição do grande poeta para popularizar a poesia através da música, o mesmo, com o espírito sensível (humanista) de sua obra, serve de contraponto à nossa sociedade pautada pelo individualismo, competição, vazio existencial, e onde os negócios perpassam boa parte das relações entre as pessoas.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Grilado


Tua música
não é hip hop nem rock
regae foxtrot ou rap.
Tua música é estado de graça.

Se meu coração
parece um vulcão,
como posso querer
que se abram flores
em minhas mãos?

Minha aura 
Frankenstein
num vermelho incerto
acusa o golpe
quando passas
por perto.

De que modas preciso
de piercings e brincos
alegres e doloridos
para te encantar?

Minha vontade
é invadir teu território
e fazer  a loucura
de cantar o meu amor
pra todo mundo ouvir
do décimo primeiro andar.

Quem sabe eu mude
minha estratégia:
invista numa TV 
celular internet crediário
e carregue sempre comigo
códigos e senhas
gramática e dicionário.

Sei, no apagar das luzes,
somos pouca coisa
quase um “Eu, etiqueta”
como disse o poeta.
No final da festa
não sou grande coisa
e, tudo quanto é coisa,
me locupleta!

Anote e (a)guarde:
ainda não tenho idade
pra cair em desgraça.
Com tua presença
afundo na fossa
sem identidade reputação 
nem nome limpo na praça!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Areia e espuma - Gibran Khalil Gibran




Somente uma vez fiquei mudo: quando alguém me perguntou: "Quem és tu?"

***
A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode revelar-te.
Portanto, se quiseres compreendê-la, não escutes o que ela diz, mas, antes, o que não diz.

sábado, 3 de agosto de 2013

QUE TAL, POETA? - Jorge Costa Melo


Neste universo
de amores tão dispersos
o poeta se agarra a seus versos
e vai seguindo um caminho.

Talvez lhe faltem carinhos
talvez se sinta sozinho...

Mas, poeta, 
que tal uma namorada?
dessas bem assanhadas,
despudorada, atrevida
que te mostre um recomeço
que te revire do avesso
e te devolva pra vida!!

Não é uma boa pedida?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sonho de Ícaro - Biafra



Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão...
No ar, no ar
Eu sou assim
Brilho do farol
Além do mais
Amargo fim
Simplesmente sol...
Rock do bom
Ou quem sabe jaz
Som sobre som
Bem mais, bem mais...
O que sai de mim
Vem do prazer
De querer sentir
O que eu não posso ter
O que faz de mim
Ser o que sou
É gostar de ir
Por onde, ninguém for...
Do alto coração
Mais alto coração...
Viver, viver
E não fingir
Esconder no olhar
Pedir não mais
Que permitir
Jogos de azar
Fauno lunar
Sombras no porão
E um show vulgar
Todo verão...
Fugir meu bem
Pra ser feliz
Só no pólo sul
Não vou mudar
Do meu país
Nem vestir azul...
Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...
Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...
Do alto, coração
Mais alto, coração...
Faça o sinal
Cante uma canção
Sentimental
Em qualquer tom...
Repetir o amor
Já satisfaz
Dentro do bombom
Há um licor a mais
Ir até que um dia
Chegue enfim
Em que o sol derreta
A cera até o fim...
Do alto, o coração
Mais alto, o coração...(2x)


http://www.vagalume.com.br/byafra/sonho-de-icaro.html

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Playboy


Fico vidrado
no celular.
Você não liga
ninguém me liga
quando estou só.

Mansamente
mãos descobrem os segredos 
de uma outra geografia.

Atravesso o espelho
viro do avesso
para que não roubes
o meu sossego.

Meus ouvidos 
se postam
bem abertos
para ouvir as sereias
que cantam por perto.

Lábios e mãos entrelaçadas
serpentes a dançar
até o ponteiro do coração
disparar.

É o momento fatal
de virar a página
e imaginar
você sibilar
em ebulição:
"Vem depressa, 
meu garotão!"

Um dia você vai experimentar
essa aventura meio sozinha
meio estranha de namorar.
um jeito sexy de ser
playboy.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Dúvidas - Carlos Queiroz Telles


Às vezes 
 eu sinto que ela quer.
                                       Outras vezes
                                       eu acho que não.

                                        Ah, como grita
                                        o meu peito...
                                        Cala a boca,
                                        coração!

                                         Ela não pode
                                         desconfiar que
                                         este vai ser 
                                         o meu primeiro...
                                         Sufoco de vergonha
                                         e de falta de jeito.
                                         E agora, meu Deus?
                                         O que é que eu faço
                                         com as mãos?

                                          Às vezes 
                                          eu sinto que ela quer.
                                          Outras vezes 
                                          eu acho que não.

                                          Beijo ou não beijo...
                                          eis a questão.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mala

Mala meu lado mais mala vilhoso virou mala mal maleável meticulosa milagrosa milimetricamente mala miserável mala excesso de bagagem supérflua de inutilidade pública esquecida nos achados & perdidos sem alças vazia e cheia de esperança de me preencher assim que te encontrar.

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...