sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Leitores do Teco, o poeta sonhador


DICA DO LEITOR, TURNO DA TARDE - Escola EMEF Bom Pastor - Panambi/RS.



Leitor do dia: Bruno Luis Hilgemann



Título do livro: Teco, o poeta sonhador em: os mistérios do porão


Autor: Américo Piovesan


Editora: GD


Ano: 2007


Edição: 1ª






O livro: Teco abre os porões misteriosos dos sonhos - e sonha acordado... Os sonhos tiram o sono do menino, ao transportá-lo à alma da história de seus antepassados e de sua comunidade. O trabalho coletivo, as colheitas, as festas, o milagre do vinho e do pão confundem a infância passada e presente em paisagens de diferentes tempos e ventos, sóis e geadas. Os porões dos sonhos e da imaginação se abrem... e o menino acorda poeta - aquele ser de arte e poesia que vive em cada criança. Viaje com ele!





Tema / Vale a pena ler:


"O livro é legal e fala sobre uma criança que descobre um porão de sua casa, mas ele nunca tinha ido para o porão". - Bruno






segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Passarinhadas


Vizinho (em)prega sua casa, e põe no vento as melodias do martelo.

O prego não pediu para atravessar o coração da árvore.

Dizem que passarinho não tem nome, identidade, CPF e destino... E se tem e eu não sei?

Nada sei de asa de passarinho. Só sei de asa de avião. Avião aprendeu a voar com passarinho...

Avião aprendeu com passarinho. Helicóptero com beija-flor.

Quando o sonho é bom, eu vôo. Quando é pesadelo, eu arrebento no chão.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O humor nos explica - Affonso Romano de Sant'Anna


As piadas que um país faz sobre si mesmo deveriam merecer profundas análises. Talvez fossem mais reveladoras que caríssimas enquetes e vastos tratados analíticos.
Penso nisto lembrando as piadas sobre latino-americanos que me contaram no México. Narradas nos intervalos dos coquetéis e jantares daquele colóquio seriíssimo sobre "identidade" e "integração" na América Latina, funcionavam como recreio, interstício e discurso cômico e crítico.
Por exemplo, Gorbachev, Reagan e um presidente latino-americano estavam tão cansados dos problemas que enfrentavam, que resolveram chamar Deus para socorrê-los diretamente. Deus chegou na Rússia e Gorbachev lhe disse:
- Olha, Senhor, essa crise econômica, o Afeganistão, os dissidentes, a guerra nas estrelas dos americanos, o pessoal da linha dura que está atrapalhando a Perestroika, tudo isto está me causando problemas insolúveis. Como é que vou resolver? Quando isto vai acabar?
- Não se preocupe - disse-lhe Deus -, até o fim do seu mandato tudo estará resolvido.
E Deus foi então visitar Reagan. E ali ouviu outras lamúrias:
- Olha, Senhor, o tremendo déficit interno, esses problemas na América Central, o dólar despencando, o Gorbachev cada vez mais popular... como é que vou resolver?
Quando isto vai acabar?
- Não se preocupe - disse-lhe Deus -, até o fim do seu mandato tudo estará resolvido.
Chega Deus então a um país latino-americano e ouve de seu presidente:
- Olha, Senhor, essa miséria e subemprego, essa crescente dívida externa, a corrupção, essa constante ameaça de golpe de estado... como é que vou resolver? Quando isto tudo vai acabar?
- Não se preocupe - disse-lhe Deus -, até o fim do meu mandato tudo estará resolvido.

Uma pessoa morreu e chegou ao Inferno. Já ia entrar, quando o demônio lhe perguntou na entrada: - Pra qual inferno o senhor vai? - O condenado ficou surpreso.
Achava que o inferno era um só.
- Como assim? Há outro?
- Sim - responde Satanás. - Pode escolher. Há o inferno alemão e o latino-americano.
- Como é que funcionam?
- No alemão, começam a espetar o condenado às cinco da manhã. Às seis toma um banho de chumbo derretido. Às sete come enxofre com fogo. Às oito seu corpo é levado à grelha. Às nove tortura generalizada... - E assim foi narrando as emoções fortes do inferno alemão até a meia-noite.
- E o inferno latino-americano, como é?
- Bom, começam a espetar às cinco da manhã. Às seis um banho de chumbo derretido. Às sete come enxofre com fogo. Às oito seu corpo é levado à grelha. Às nove tortura generalizada...
- Mas é igual ao alemão! Qual a diferença?
- É que no inferno latino-americano o demônio que vai te espetar esquece de acordar, ou às vezes marca ponto e desaparece. Esquecem de ligar o fogo e o banho de chumbo é suspenso. O fogo e o enxofre estão sempre em falta... e assim por diante.

Um psicanalista telefona emocionado para outro:
- Colega, venha aqui correndo, acabo de descobrir a neurose do século, um caso imperdível, venha conhecer.
Do outro lado da linha o outro analista se escusa, diz que não tem tempo, mas o primeiro continua insistindo e tanto insiste que o segundo lhe diz:
- Então me adiante alguma coisa para saber se vale a pena mesmo.
- É um caso de complexo de inferioridade!
- Ora - diz o segundo analista -, que coisa banal, me chamar por causa disto?!
- Mas acontece - diz o outro completamente transtornado -, acontece - que ele é argentino!...

Estou eu no táxi na cidade do México e o chofer me indaga:
- No seu país tem corrupção?
Falei orgulhoso, é claro! Então, disse o chofer, vou lhe contar uma piada que vai entender.
- Fizeram um concurso para saber qual o país mais corrupto do planeta. Sabe que lugar o México tirou?
Eu, meio diplomático e pensando no absurdo das piadas, disse:
- O último.
- Não.
- O primeiro - ousei de novo, temendo acertar.
- Não. Tirou o segundo.
- Por quê? - faço então a indagação fatal, que dará ao outro o prazer da gozação.
- Porque pagamos para ficar em segundo lugar.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Apelo - Dalton Trevisan


Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.


Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.


Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Namoro


Pombos quase crianças pulavam de galho em galho
e com todos os poros fazendo o porteiro
enrubescer seus conceitos sobre amor
e paixão a toda prova beijinhos
e abraços causaram alvoroço no pátio
da escola a aula acabara e as câmeras
desceram de seus postos para degustar
café fofocar com a boca nas orelhas
o pátio só para o casal de pombos
mais um par de olhos ali
a contemplar a quase
delinqüência era pagar
pra ver a adolescência
agitada se digladiar
com suas irmãs
tesão medo
e inocência!

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...