domingo, 17 de fevereiro de 2019

Livros à disposição em geladeiras - Capão da Canoa


Quem caminha por Capão da Canoa e gosta de ler tem uma proposta inusitada: as geladeiras literárias. Ou seja, eletrodomésticos de cozinha antigos e inutilizados que guardam livros em seus interiores. São cinco geladeiras localizadas no balneário: uma na Casa de Cultura de Capão da Canoa, uma na Praça do Farol, outra no Shopping local, mais outra na Praça Flávio Boianovski e mais uma no Centro de Atenção Psicosocial.

Conforme a coordenadora da Casa do Artista Caponense, Eliana Motta, o projeto foi idealizado pelo escritor Sérgio Stangler e colocado em prática a partir de abril de 2018. “É um grande incentivo à leitura”, disse Eliana. Ela falou ainda que tem contado com o apoio dos veranistas, tanto para utilizar as geladeiras, quanto conservar as estruturas. Eliana recorda de um fato que considera curioso. “O primeiro a se interessar e abrir uma geladeira literária foi um morador de rua, que foi lá e pegou um livro de ensino e passou a tarde pesquisando”, vibrou.
A moradora de Capão da Canoa, Gina Furtado, comerciante, é uma das pessoas que aproveita os livros da geladeira. “Acho muito legal este serviço. A pessoa que não pode comprar, vem aqui e pega um livro. Já faz parte da cultura da cidade”, comemorou. “E costumo pegar livros, mas também já doei vários. Às vezes, o livro está lá em casa, largado. Aí eu trago e ponho na geladeira para que outra pessoa possa usufruir”, garantiu ela, que mora no Balneário há 10 anos.
A carioca Inês Guedes, que reside em Capão da Canoa há 11 anos, também é uma que usa muito os livros da geladeira. “Esta ideia é um espetáculo. Com os preços dos livros hoje em dia, nem todo mundo pode comprar. Aí vem aqui e pega um emprestado. Em outros casos pega um e deixa outro. Formidável”, elogiou.
Cândida Freitas e o ex-marido Sandro Freitas, ambos de Uruguaiana, aproveitaram a iniciativa. “Fomos passear e nos deparamos com estas geladeiras cheias de livros. Abri e já peguei um para ler”, contou Cândida. “Também curti a ideia e como pai de três adolescentes peguei um livro que fala sobre esta faixa etária”, revelou Freitas. “O que me deixou admirada foi a conservação das geladeiras. Estão bem cuidadas, pintadas e com uma grande variedade de livros”, finalizou Cândida.
FONTE: Jornal Correio do Povo, de 16/02/2019

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Sei o que fazer para melhorar o mundo



Meus velhos tênis judiados
pela chuva e poeira e barro
pareciam tristes.
Ou talvez desprezassem
esse miserável companheiro.
Esqueço que coloco palavras em sua boca.
Atribuo qualidades e defeitos.
Cidadão mediano, desenvolvo hipóteses, tiro conclusões,
berro em publico e pela internet soluções para melhorar o mundo.
Os tênis, a calça, o cinto, as meias rotas etcétera e tal
não têm nada com isso.
Eu sei o que fazer para melhorar o mundo:
arregaçar as mangas e partir pra luta.
Mas eu ainda não cansei
de jogar  a culpa nos outros.

(Teco, o poeta sonhador)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Fernão Capelo Gaivota - Richard Bach



Segundo tempo

Sua gula estava insaciável e, junto com ele, flutuavam acima do peso.

Quilômetros de amor represado, rancor e ciúmes e outras coisinhas o afastavam dos outros.
Era um tanque inflamável que ameaçava explodir ou envelhecer em algum canto.
Seu desejo e querer precisavam de exercícios, os músculos, todos, inclusive os cardíacos, contraiam-se de medo.
Tantas vidas represadas.
Tantas mentes defasadas.
Até que um dia uma luz acendeu e ele vislumbrou:
beijos e abraços e carinho e esperança,
essas e outras tantas coisas haviam entrado de férias 
e não tinham voltado.

O jogo não acabara.
Podia se reorganizar para o segundo tempo.
Foi o que fez.
E, de cara, foi ao ataque, substituindo o medo e o rancor por alegria, esperança e bom humor.

(Teco, o poeta sonhador)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...