sábado, 1 de outubro de 2016
Memória de minhas putas tristes - Gabriel García Marquez
Nunca me deitei com mulher alguma sem pagar, e as poucas que não eram do ofício convenci pela razão ou pela força que recebessem o dinheiro nem que fosse para jogar no lixo. Lá pelos meus vinte anos comecei a fazer um registro com o nome, a idade, o lugar, e um breve recordatório das circunstâncias e do estilo. Até os cinqüenta anos eram quinhentas e catorze mulheres com as quais eu havia estado pelo menos uma vez. Interrompi a lista quando o corpo já não dava mais para tantas e podia continuar as contas sem precisar de papel. Tinha minha ética própria. Nunca participei em farras de grupo nem em contubérnios públicos, nem compartilhei segredos nem contei uma só aventura do corpo ou da alma, pois desde jovem me dei conta de que nenhuma é impune.
(Do livro Memória de minhas putas tristes. Editora Record)
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
O amor, ah o amor
O amor não se deixa aprisionar, por isso é uma peça estranha no jogo da vida!
(Diário de B. B. Palermo)
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Algo mais sobre o amor
O amor é uma promessa que não se cumpre e só por o ignorarmos acreditamos nas suas juras, entregamo-nos a elas, como se do sentimento ou da vida se pudesse dar ou ter garantias. Indissociável do ódio, o amor o é ainda de uma outra paixão humana, a paixão tão humana da ignorância.
(Betty Milan. O que é o amor).
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